Hoje é Domingo
Nos tempos da minha juventude, tempos pacatos, a televisão ainda nos seus primórdios era fraca concorrente ao cinema, especialmente às matinés de Domingo em que os filmes de cow-boys faziam as minhas delícias de rapaz.
Por isso, hoje que é Domingo, proponho uma espreitadela a umas imagens de um grande filme, que decerto muitos dos meus amigos também viram, África Minha. Isto porque faleceu há dias John Barry, autor das músicas de filmes célebres entre os quais se encontra este. Mas há outros motivos: o enredo, os actores, os cenários e finalmente o Continente Africano.
Realizado por Sydney Pollack, ganhou 7 Óscares e conta a história de uma mulher de grande coragem que dirige uma plantação de café com o marido, um incorrigível mulherengo, no Kénia, no início do Sec. XX. Ela (Meryl Streep) apercebe-se que aos poucos se está apaixonando pela terra, pelas gentes e por um enigmático caçador branco (Redford).
Não sou saudosista, mas porque também tive a oportunidade de estabelecer uma relação de intimidade com África e as suas gentes compreendo muito bem o que sentia a personagem feminina deste belo filme.
África para o europeu foi a amante que ele nunca encontrou na sua própria casa e não apenas porque tenha sido o fruto proibido mas porque ela tem o encanto, a sedução, o cheiro, a beleza e a magia que ele não pode encontrar noutro lado.
Se eu fosse religioso diria que ela nos aproxima de Deus mas como nos reconduz às nossas origens vem a ser exactamente a mesma coisa.
Lá, partilhamos o meio ambiente, sentimo-nos parte de um todo que se chama natureza. Em 1973, em cima de um Unimog gigante, (com rodas de 1,8m capaz até de atravessar rios) numa planície inundada, a norte da cidade da Beira, em Moçambique, avancei na direcção de uma linha preta no horizonte. A marcha era, dadas as condições do terreno, bastante lenta o suficiente para que essa linha preta constituída por muitas dezenas de milhar de búfalos negros se fosse calmamente abrindo num V invertido, como que fazendo alas para que pudéssemos passar. Eles não estavam num Parque ou numa Reserva, simplesmente ali era o seu habitat: a maior concentração de búfalos de todo o mundo, nos tandus de Marromeu. Como ela, apenas as manadas de bisontes das pradarias da América do Norte, há mais de um século, com a diferença que em África temos, ou tínhamos, a diversidade: um pedaço do mundo tal como ele existia no tempo dos nossos antepassados agora com as suas pessoas afáveis e hospitaleiras.
Para mim é-me muito fácil entender Karen, a personagem representada magistralmente por Maryl Streep, porque aquele continente foi um dia o nosso berço, a nossa casa original.
Nos tempos da minha juventude, tempos pacatos, a televisão ainda nos seus primórdios era fraca concorrente ao cinema, especialmente às matinés de Domingo em que os filmes de cow-boys faziam as minhas delícias de rapaz.
Por isso, hoje que é Domingo, proponho uma espreitadela a umas imagens de um grande filme, que decerto muitos dos meus amigos também viram, África Minha. Isto porque faleceu há dias John Barry, autor das músicas de filmes célebres entre os quais se encontra este. Mas há outros motivos: o enredo, os actores, os cenários e finalmente o Continente Africano.
Realizado por Sydney Pollack, ganhou 7 Óscares e conta a história de uma mulher de grande coragem que dirige uma plantação de café com o marido, um incorrigível mulherengo, no Kénia, no início do Sec. XX. Ela (Meryl Streep) apercebe-se que aos poucos se está apaixonando pela terra, pelas gentes e por um enigmático caçador branco (Redford).
Não sou saudosista, mas porque também tive a oportunidade de estabelecer uma relação de intimidade com África e as suas gentes compreendo muito bem o que sentia a personagem feminina deste belo filme.
África para o europeu foi a amante que ele nunca encontrou na sua própria casa e não apenas porque tenha sido o fruto proibido mas porque ela tem o encanto, a sedução, o cheiro, a beleza e a magia que ele não pode encontrar noutro lado.
Se eu fosse religioso diria que ela nos aproxima de Deus mas como nos reconduz às nossas origens vem a ser exactamente a mesma coisa.
Lá, partilhamos o meio ambiente, sentimo-nos parte de um todo que se chama natureza. Em 1973, em cima de um Unimog gigante, (com rodas de 1,8m capaz até de atravessar rios) numa planície inundada, a norte da cidade da Beira, em Moçambique, avancei na direcção de uma linha preta no horizonte. A marcha era, dadas as condições do terreno, bastante lenta o suficiente para que essa linha preta constituída por muitas dezenas de milhar de búfalos negros se fosse calmamente abrindo num V invertido, como que fazendo alas para que pudéssemos passar. Eles não estavam num Parque ou numa Reserva, simplesmente ali era o seu habitat: a maior concentração de búfalos de todo o mundo, nos tandus de Marromeu. Como ela, apenas as manadas de bisontes das pradarias da América do Norte, há mais de um século, com a diferença que em África temos, ou tínhamos, a diversidade: um pedaço do mundo tal como ele existia no tempo dos nossos antepassados agora com as suas pessoas afáveis e hospitaleiras.
Para mim é-me muito fácil entender Karen, a personagem representada magistralmente por Maryl Streep, porque aquele continente foi um dia o nosso berço, a nossa casa original.
Deêm uma espreitadela a algumas imagens deste belo filme.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home