HOJE É DOMINGO
Da mesa do meu Café, na minha cidade de Santarém, digo-vos aquilo que, provavelmente, há muito perceberam:
Não sou crente. Sem esforço, sem angústias, sem lutas interiores, sem ter deixado de o ser, não obstante os princípios religiosos que herdei e a educação que recebi.
Como em miúdo frequentei um Colégio de Jesuítas fui contemplado com todos os sacramentos: Comunhão Solene , Crisma, peregrinação a Fátima, Retiros e rezei muito: Terços, Ave-Marias e Padre-Nossos porque as crianças não têm opção perante assuntos tão graves e solenes como os da religião e fazem tudo o que lhes dizem e mandam, especialmente numa época em que a autoridade dos pais e dos educadores não se punha em causa.
Mas a crença religiosa não existia dentro de mim … estranhamente porque sendo uma criança obediente e disciplinada deveria ter acreditado.
Não obstante, creio que por esse facto, como pessoa e ao longo da minha vida não fui nem melhor nem pior do que teria sido caso fosse crente.
Digamos, portanto, que a minha “não crença” é em mim um estado natural, tão natural que me permite compreender e aceitar aqueles que o são sem qualquer espécie de sentimento de que sou diferente para melhor apenas que assim, tal como sou, me sinto mais integrado na natureza, mais solidário, o que me deixa muito confortável. Não tenho privilégios nem sofro de narcisismos, limito-me a nascer, viver, qualquer dia morrer, exactamente como todos os outros seres vivos.
Aquela falácia de que as pessoas crentes e religiosas são mais “boazinhas” que as outras é uma mistificação. Na minha convivência com o povo Luena, durante 15 meses, nos confins de Angola, lá nas “terras do fim do mundo”, como comandante de um Destacamento Militar durante a guerra colonial, foi-me posta a alcunha de “Saricoge” que a muito custo, por uma questão de pudor e vergonha, o velho cozinheiro Sacuá me traduziu para “homem bom”e explicou: aquele que não faz distinção entre ricos e pobres, brancos e pretos”.
Francisco Rosa, professor na Universidade de Sirte, em Tripoli, na Líbia até há poucos dias, dizia: “os dois opressores do povo Líbio são a religião e as tradições”. “Para haver democracia, tal como a entendemos, tem que haver tolerância, o que não existe e a causa principal é a religião que está estrangular aquela sociedade”.
Mas porque vos digo isto, hoje, nesta manhã de Domingo? - Bem, não são fáceis as conversas sobre religião quando estamos na presença de certos religiosos fanáticos que se sentem ofendidos na sua sensibilidade por discordâncias e dúvidas sobre esta matéria, mas acontece que li há dias na Revista Visão uma notícia em que se perguntava:
Não sou crente. Sem esforço, sem angústias, sem lutas interiores, sem ter deixado de o ser, não obstante os princípios religiosos que herdei e a educação que recebi.
Como em miúdo frequentei um Colégio de Jesuítas fui contemplado com todos os sacramentos: Comunhão Solene , Crisma, peregrinação a Fátima, Retiros e rezei muito: Terços, Ave-Marias e Padre-Nossos porque as crianças não têm opção perante assuntos tão graves e solenes como os da religião e fazem tudo o que lhes dizem e mandam, especialmente numa época em que a autoridade dos pais e dos educadores não se punha em causa.
Mas a crença religiosa não existia dentro de mim … estranhamente porque sendo uma criança obediente e disciplinada deveria ter acreditado.
Não obstante, creio que por esse facto, como pessoa e ao longo da minha vida não fui nem melhor nem pior do que teria sido caso fosse crente.
Digamos, portanto, que a minha “não crença” é em mim um estado natural, tão natural que me permite compreender e aceitar aqueles que o são sem qualquer espécie de sentimento de que sou diferente para melhor apenas que assim, tal como sou, me sinto mais integrado na natureza, mais solidário, o que me deixa muito confortável. Não tenho privilégios nem sofro de narcisismos, limito-me a nascer, viver, qualquer dia morrer, exactamente como todos os outros seres vivos.
Aquela falácia de que as pessoas crentes e religiosas são mais “boazinhas” que as outras é uma mistificação. Na minha convivência com o povo Luena, durante 15 meses, nos confins de Angola, lá nas “terras do fim do mundo”, como comandante de um Destacamento Militar durante a guerra colonial, foi-me posta a alcunha de “Saricoge” que a muito custo, por uma questão de pudor e vergonha, o velho cozinheiro Sacuá me traduziu para “homem bom”e explicou: aquele que não faz distinção entre ricos e pobres, brancos e pretos”.
Francisco Rosa, professor na Universidade de Sirte, em Tripoli, na Líbia até há poucos dias, dizia: “os dois opressores do povo Líbio são a religião e as tradições”. “Para haver democracia, tal como a entendemos, tem que haver tolerância, o que não existe e a causa principal é a religião que está estrangular aquela sociedade”.
Mas porque vos digo isto, hoje, nesta manhã de Domingo? - Bem, não são fáceis as conversas sobre religião quando estamos na presença de certos religiosos fanáticos que se sentem ofendidos na sua sensibilidade por discordâncias e dúvidas sobre esta matéria, mas acontece que li há dias na Revista Visão uma notícia em que se perguntava:
Religião – A Caminho da Extinção?
“A fé em Deus vai morrer em, pelo menos, nove países – diz um estudo de investigadores americanos. Analisadas as respostas sobre crenças aos Censos dos últimos cem anos, e usando um modelo matemático de dinâmica não linear, a equipa concluiu que a fé organizada se está a extinguir na Austrália, na Áustria, no Canadá, Finlândia, Holanda, Nova Zelândia, República Checa, Suiça e até a Irlanda. Destes nove países, o “menos crente” é a República Checa, onde 60% da população diz que não tem qualquer inclinação religiosa”.
Uma pergunta final: - Para que lado se inclinará o futuro da humanidade? Para esta nova realidade de checos, australianos, finlandeses, austríacos, etc… que não têm qualquer inclinação religiosa ou para os milhões de islamitas que continuam a seguir rigorosamente as normas do Corão?
Se querem um palpite, não será nos nossos tempos mas, se realmente esta é uma “questão”, (eu acho que é), dado o tempo já decorrido que seja mesmo o tempo a resolvê-la…
Para os crentes e religiosos, que fiquem com Deus, para os outros, simplesmente… tenham um Bom Domingo.
“A fé em Deus vai morrer em, pelo menos, nove países – diz um estudo de investigadores americanos. Analisadas as respostas sobre crenças aos Censos dos últimos cem anos, e usando um modelo matemático de dinâmica não linear, a equipa concluiu que a fé organizada se está a extinguir na Austrália, na Áustria, no Canadá, Finlândia, Holanda, Nova Zelândia, República Checa, Suiça e até a Irlanda. Destes nove países, o “menos crente” é a República Checa, onde 60% da população diz que não tem qualquer inclinação religiosa”.
Em breve, com os Censos de 2011, saberemos o que se passa entre nós.
Uma pergunta final: - Para que lado se inclinará o futuro da humanidade? Para esta nova realidade de checos, australianos, finlandeses, austríacos, etc… que não têm qualquer inclinação religiosa ou para os milhões de islamitas que continuam a seguir rigorosamente as normas do Corão?
Se querem um palpite, não será nos nossos tempos mas, se realmente esta é uma “questão”, (eu acho que é), dado o tempo já decorrido que seja mesmo o tempo a resolvê-la…
Para os crentes e religiosos, que fiquem com Deus, para os outros, simplesmente… tenham um Bom Domingo.
(clik na imagem para observar melhor a Igreja da Graça no Largo Pedro Álvares Cabral)
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