quarta-feira, abril 27, 2011

INFORMAÇÕES ADICIONAIS

À ENTREVISTA Nº 90 SOB O TÍTULO:



“VIEMOS DOS MACACOS”? (10)



Nossos Parentes Mais Próximos



Entre os seres vivos que hoje habitam o planeta os nossos parentes mais próximos, são os macacos, especificamente os três grandes macacos (chimpanzés, orangotangos e gorilas) e entre estes três, os chimpanzés, com quem partilhamos 99,5% do código genético, são os mais próximos dos três.

A ciência descobriu que os seres humanos e chimpanzés tiveram um ancestral comum há cerca de 6 milhões de anos e, a partir dessa fase, ambas as espécies evoluíram para o são hoje.

Esta evolução ocorreu em África. Alguns povos Oeste Africano preservam na sua língua a memória deste ancestral parentesco: "chimpanzé" é uma palavra do dialecto congolês que significa “homem de bricadeira”, "palhaço". Nas aldeias da região o chimpanzé é altamente considerado. Na aldeia Oubi é proibido matá-lo, na Vila Mende (Guiné) são chamados de "pessoas diferentes" e o povo Baulé chama-o de "querido irmão".


Nossos Primos Em Primeiro Grau

A cultura ocidental, influenciada pelo pensamento helenista que tanto marcou até hoje a teologia cristã, estabeleceu até muito recentemente uma fronteira rígida entre os humanos e “as bestas”, que ela caracterizou como desprovidos de razão e do que ela chamou o "presente dos deuses": a linguagem.

Desde que Darwin desenvolveu e apresentou a Teoria da Evolução, que tornou parentes todas as formas de vida, os cientistas evolucionistas ensinaram-nos a ser mais humildes.

A pesquisa recente desenvolvida por cientistas evolucionistas têm-nos mostrado que os nossos "primos-irmãos”, os chimpanzés parecem-se tanto connosco que se comportam, sentem e pensam de uma maneira muito semelhante a nós, que estão biologicamente dotados para a aprendizagem pela sua curiosidade insaciável, sua capacidade de imitar, a sua tendência para jogar e a sua longa infância.

Demonstraram-nos que até podem falar, não só compreendendo palavras simples e concretas, mas também expressando conceitos, entendendo símbolos e construindo sintaxes complexas, usando uma habilidade incrível e muito semelhante à das crianças, a linguagem de sinais usada por surdos-mudos. Se não pronunciam as palavras que entendem e utilizam na linguagem gestual é apenas porque lhes falta um aparelho vocal como o nosso, mas seu cérebro gera palavras, frases, a maravilha da linguagem.

Podemos ler sobre este assunto o livro do mestre americano Roger Fouts, "Primos" (Ediciones B, Barcelona, 1999) e em várias obras da britânica primatologista, Jane Goodall, uma pioneira do estudo científico dos
chimpanzés desde 1960.

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