(Da minha cidade de Santarém)
A meio da campanha eleitoral deixei de ouvir os noticiários televisivos. Tenho alguma dificuldade em ver aqueles senhores que amanhã nos vão governar naquele estilo de vendedores de feira a apregoarem os seus “produtos”. Para além do mais, aquele ar festivaleiro não se coaduna com a situação que nos espera, mais do que aquela em que estamos.
É verdade que não temos alternativa ao sistema democrático e essa é mais uma razão para o aperfeiçoar-mos e, sendo certo que as regras do seu funcionamento interno são mais importantes, não é menos verdade que estes comícios com os políticos a saltarem de cidade para cidade, pulando de palanque para palanque, acompanhados de muita gente claramente arregimentada para fazerem número, gritando palavras que se repetem sem nada dizerem, finalizados com pequenos discursos para os repórteres da Televisão que os esperam e seguem de microfone em punho, eram bem eliminados, senão na totalidade, pelo menos em grande parte. É que, sinceramente, parecem-me “coisa” do passado, do antigamente, de quando tínhamos descoberto a democracia…
Por outro lado, neste momento, na situação urgente em que estamos, com os prazos apertados que assumimos no Acordo com a “Troyka”, é um desperdício de tempo, mais do que de dinheiro, para além de extremar relações entre pessoas que amanhã vão ter que se entender para não afundarem o país numa situação inimaginável.
Não sou daqueles que culpam Sócrates como o único responsável da situação a que chegámos mas há três aspectos que não posso deixar de lhe apontar:
- Não ter aprofundado as reformas estruturais que começou a fazer na Administração Pública, no Ensino e na Saúde para não falar na Justiça, enfrentando com coragem os interesses das corporações instalados, especialmente quando tinha uma maioria absoluta na Assembleia;
- Ter continuado na senda de uma despesa pública que não tinha correspondência na riqueza produzida levando, desta maneira, a dívida do país para valores arrepiantes;
- Ter consentido uma apropriação em larguíssima escala do aparelho do Estado por pessoas do partido, familiares e amigos na linha do que já vinha de trás mas com mais intensidade e a disseminação de empresas públicas, governamentais e autárquicas, muitas delas autênticos sorvedores de dinheiro de forma escandalosa.
A alternativa parece-me fraca e Passos Coelho uma pessoa vulgar, demasiado vulgar, mas como diz o Prof. Adelino Maltez, temos que nos habituar a ser governados por pessoas vulgares.
De hoje a uma semana, no próximo Domingo, teremos eleições e eu prevejo uma pequena punição do Partido Socialista com uma maioria absoluta à direita resultado que, a verificar-se, estará dentro da lógica das “coisas” e lá teremos novamente um governo de direita para tentar executar o que já está escrito e assinado.
Apenas lhes reconheço uma vantagem à partida: Mais facilidade em desmontar o “aparelho” socialista que se apoderou do estado mas, por outro lado, um maior risco na acção executiva fruto da completa inexperiência de um homem que chega à chefia do governo sedento de poder, como é perceptível.
Este meu receio pode ser partilhado por muita gente invertendo à última hora as fracas tendências das sondagens a favor do PSD.
Até lá, Bom Domingo a todos.
A meio da campanha eleitoral deixei de ouvir os noticiários televisivos. Tenho alguma dificuldade em ver aqueles senhores que amanhã nos vão governar naquele estilo de vendedores de feira a apregoarem os seus “produtos”. Para além do mais, aquele ar festivaleiro não se coaduna com a situação que nos espera, mais do que aquela em que estamos.
É verdade que não temos alternativa ao sistema democrático e essa é mais uma razão para o aperfeiçoar-mos e, sendo certo que as regras do seu funcionamento interno são mais importantes, não é menos verdade que estes comícios com os políticos a saltarem de cidade para cidade, pulando de palanque para palanque, acompanhados de muita gente claramente arregimentada para fazerem número, gritando palavras que se repetem sem nada dizerem, finalizados com pequenos discursos para os repórteres da Televisão que os esperam e seguem de microfone em punho, eram bem eliminados, senão na totalidade, pelo menos em grande parte. É que, sinceramente, parecem-me “coisa” do passado, do antigamente, de quando tínhamos descoberto a democracia…
Por outro lado, neste momento, na situação urgente em que estamos, com os prazos apertados que assumimos no Acordo com a “Troyka”, é um desperdício de tempo, mais do que de dinheiro, para além de extremar relações entre pessoas que amanhã vão ter que se entender para não afundarem o país numa situação inimaginável.
Não sou daqueles que culpam Sócrates como o único responsável da situação a que chegámos mas há três aspectos que não posso deixar de lhe apontar:
- Não ter aprofundado as reformas estruturais que começou a fazer na Administração Pública, no Ensino e na Saúde para não falar na Justiça, enfrentando com coragem os interesses das corporações instalados, especialmente quando tinha uma maioria absoluta na Assembleia;
- Ter continuado na senda de uma despesa pública que não tinha correspondência na riqueza produzida levando, desta maneira, a dívida do país para valores arrepiantes;
- Ter consentido uma apropriação em larguíssima escala do aparelho do Estado por pessoas do partido, familiares e amigos na linha do que já vinha de trás mas com mais intensidade e a disseminação de empresas públicas, governamentais e autárquicas, muitas delas autênticos sorvedores de dinheiro de forma escandalosa.
A alternativa parece-me fraca e Passos Coelho uma pessoa vulgar, demasiado vulgar, mas como diz o Prof. Adelino Maltez, temos que nos habituar a ser governados por pessoas vulgares.
De hoje a uma semana, no próximo Domingo, teremos eleições e eu prevejo uma pequena punição do Partido Socialista com uma maioria absoluta à direita resultado que, a verificar-se, estará dentro da lógica das “coisas” e lá teremos novamente um governo de direita para tentar executar o que já está escrito e assinado.
Apenas lhes reconheço uma vantagem à partida: Mais facilidade em desmontar o “aparelho” socialista que se apoderou do estado mas, por outro lado, um maior risco na acção executiva fruto da completa inexperiência de um homem que chega à chefia do governo sedento de poder, como é perceptível.
Este meu receio pode ser partilhado por muita gente invertendo à última hora as fracas tendências das sondagens a favor do PSD.
Até lá, Bom Domingo a todos.
Obs - Na imagem, o Convento de Santa Clara, um dos monumentos mais emblemáticos do "Gótico Mendicante" que fica próximo do Convento de São Francisco aqui reproduzido no último Domingo. A igreja é a parte remanescente do Convento das Clarissas que ali se estabeleceu em 1264.
Não é histórico, mas dentro dos espaços deste Convento fiz eu exame, prova escrita, do meu 5º Ano do Liceu, actualmente 9º Ano, em 1956...
Não é histórico, mas dentro dos espaços deste Convento fiz eu exame, prova escrita, do meu 5º Ano do Liceu, actualmente 9º Ano, em 1956...
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