domingo, outubro 16, 2011

HOJE É


DOMINGO




Nasci em 1939, num Portugal pobre e rural, irei morrer num país falido, urbano e de futuro incerto num mundo que não sabe que rumo tomar.

Pelo meio, foram brotando lindas cidades ajardinadas, muitas rotundas, quilómetros de auto-estradas, os túneis da Madeira e muitos homens que eram pobres como o país e enriqueceram.

Sinto-me responsável: a minha boa fé e ingenuidade levaram-me a dar-lhes o meu voto, excepção feita nas últimas eleições. Não posso falar pelos outros, mas no que me diz respeito acordei demasiado tarde para o voto em branco que em democracia é o voto de protesto.

Agora é tarde, chegámos a um Orçamento de Emergência Nacional mas, em boa verdade, nem isso nos garante a salvação porque já nada depende de nós.

Fazendo eu próprio de Agência de Notação sinto que estamos apenas um degrau acima do Lixo. A diferença para o Lixo depende de conseguirmos cumprir este orçamento e da Europa, a da “nossa desilusão”, se decidir ajudar-nos.

É justo não esquecer o papel que teve nesta situação que estamos a viver, nós e muitos outros países, o mundo em geral, o papel perverso da banca internacional, da economia de casino, das negociatas criminosas… mas que isso não sirva de guarda-chuva para tapar todos os nossos desmandos e desvarios despesistas.

Resta-nos a resignação, sofrer com estoicismo as consequências pelos erros cometidos depois de termos acreditado nas promessas que nos foram irresponsavelmente feitas.

Quem terão sido os responsáveis por tão terríveis erros de avaliação? Em política, a responsabilidade dilui-se, a história julgará… sempre foi assim.

Podem dizer-nos certos comentadores políticos que um país não se governa da mesma forma que uma família querendo com isto dizer que as famílias, salvo em situações excepcionais, não se devem endividar enquanto que os países podem e devem fazê-lo para providenciarem ao desenvolvimento e bem estar futuro das suas populações.

Mas… como controlar esse endividamento? Como saber onde parar mesmo quando o crédito continua a existir e os juros são favoráveis?

Só tenho uma resposta: Uma avaliação sensata e prudente da nossa capacidade de gerar riqueza porque é com ela que iremos pagar as dívidas.

Nesta avaliação definem-se os bons políticos: os que estudam primeiro (pode ser filosofia) e governam depois e não o contrário…

(clik na imagem da principal Rotunda da cidade, A árvore, aqela ponheira grande, já lá estava)

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