quarta-feira, novembro 30, 2011

INFORMAÇÕES ADICIONAIS

À ENTREVISTA Nº 28 SOBRE O TEMA:

“DÍVIDAS OU ESPOLIAÇÂO?” (2)



Abba, Papá

Em várias ocasiões, o evangelho se refere ao costume de Jesus orando no silêncio da noite (Lucas 5.16). Jesus cumpria as orações tradicionais de seu povo: ao amanhecer, ao entardecer, antes das refeições e aos sábado na sinagoga. Mas o que chamou a atenção de seus contemporâneos foi a sua maneira pessoal, confiante e consistente, de falar com Deus à margem das leis litúrgicas.

Na oração do Pai-Nosso, Jesus afastou-se dos costumes religiosos de seu povo e do seu tempo. As orações que os israelitas rezavam eram recitadas em hebraico enquanto que a oração do Pai-Nosso é uma oração em aramaico, a língua falada pelo povo.


O que é impressionante nesta oração é que Jesus chama Deus de "Abba" (Papá ou Papai), palavra familiar na língua aramaica. "Abba" e "Imma" (papá e mamã) são as palavras da infância das crianças. Para os contemporâneos de Jesus era inconcebível e desrespeitoso dirigir-se a Deus com tal espontaneidade.


Ao longo da extensa literatura de oração do judaísmo antigo não há um único exemplo em que Deus seja invocado como "Abba" tanto nas orações litúrgicas como nas privadas. É por isso que os exegetas consideram esta expressão "vox Jesu ipssisima", sem dúvida, a verdadeira palavra falada por Jesus.

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