sexta-feira, março 02, 2012

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

À ENTREVISTA Nº 39 SOBRE O TEMA :

“A VIOLÊNCIA SOBRE AS MULHERES” (9 e últ.)


Jesus era Filho de seu Tempo


Como todos os seres humanos, Jesus foi filho de seu tempo. E o seu tempo e o seu país estavam mergulhados numa cultura e em costumes patriarcais, profundamente discriminatórios das mulheres. Uma das maiores originalidades de Jesus foi a de revoltar-se contra essa cultura, expressando essa rebelião no trato e na recepção que deu às mulheres e a sua rejeição às leis que as humilhavam e subordinavam aos homens.

A história da mulher adúltera é uma prova dessa rebeldia. Nessa história, não vemos a reacção de um administrador de uma religião que, acreditando-se superior, trata, de forma indulgente e com benevolência, uma mulher pecadora.

É, em vez disso, a posição de uma pessoa leiga que viola uma lei religiosa, rejeitando aqueles que seguem essa lei de duvidosa moral e dupla hipocrisia.

Jesus era o filho de seu tempo mas adiantou-se às mudanças dos tempos. Ser filho de um tempo é nascer numa sociedade que tem um comportamento estabelecido que deixou de ser questionado, que anestesiou as pessoas perante situações, leis, costumes e preconceitos que são a expressão de uma determinada cultura mas que, como construções culturais, podem mudar.

Despertar da anestesia, entender que não é "natural" aquilo que a cultura forjou e que mudar de hábitos é sempre o resultado de um processo. Por que não imaginar esse processo em Jesus?

Por que não pensar que a sua consciência do dano que as leis religiosas acarretavam às mulheres do seu tempo iria evoluir? Por que não pensar que, como muitos homens de todos os tempos, Jesus compreendeu finalmente que ofender as mulheres é ofender a Deus e, a partir desse sentimento e convicção, reviu as suas atitudes anteriores, cedeu e se arrependeu?

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