MARIA BETHÂNIA
Apesar de prestigiar o talento de seus conterrâneos, Maria Bethânia, recriava também clássicos da música popular brasileira que iriam encontrar em sua interpretação, momentos se não definitivos, pelo menos fundamentais, é o caso de "Carinhoso", de Pixinguinha e João de Barro; "Último desejo", de Noel Rosa; "Se todos fossem iguais a voce" e "O que tinha de ser", de Tom Jobim e Vinicius de Moraes; "Marina", de Dorival Caymmi; "Camisa listada", de Assis Valente; "Molambo", de Jayme Florence e Augusto Mesquita; "Lama", de Paulo Marques e Aylce Chaves; "Pano legal", de Billy Blanco e "Café soçaite", de Miguel Gustavo. Iniciando com este trabalho uma tradição em sua carreira que seria gravar discos ao vivo, Maria Bethânia, tem seu talento reconhecido no texto da contra-capa escrito pelo poeta Ferreira Gullar, ao afirmar que, "Bethânia é uma cantora nacional, deste país, enraizada nele, e na multidão de vozes e cantos que exprimem a nossa vida destaca-se a sua, bela, já turva, já iluminada, que canta por nós". O tempo passou e Maria Bethânia construiu uma das mais brilhantes carreiras de intérprete da música popular brasileira, sua obra é referência fundamental para conhecer a beleza de nosso cancioneiro, e este disco é um desses momentos encantadores que ficam para sempre. Finalmente, apenas para actualizar o que o poeta disse há 36 anos, afirmamos sem nenhum exagero que ela é hoje a maior cantora de nossa música popular, pois quanto mais o tempo passa, mais sua voz se torna bela e seu canto universal, é a nossa diva maior, que encanta a pessoas de todas idades com seu talento inigualável, e o que é melhor ainda é saber que ela é baiana, cheira a dendê, recebe as bênçãos de Nossa Senhora da Purificação e dança e canta o recôncavo baiano como ninguém, é a imagem pura e alegre da terra de todos os santos, essa já jovem/senhora de tantos cantares. Salve! Salve!
(Luiz Américo Lisboa Junior)
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