INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
À ENTREVISTA Nº 48 SOBRE O TEMA:
“A SANTA INQUISIÇÃO?” (5)
Um Caso, um Exemplo, um Horror…
No livro de Henry Charles Lea, "História da In
Elvira del
Campo, uma mulher grávida, foi presa pela Inqui sição,
por suspeita de que era judia. Na
prisão, ela deu à luz uma criança. Um
ano depois foi levada perante o tribunal da Inqui sição
em Toledo.
Dois
trabalhadores que viviam como inqui linos
na sua casa foram apresentados como testemunhas e disseram que Elvira não comia
carne de porco e que aos sábado vestia roupa interior limpa. Por causa deste comportamento
desconfiaram que ela fosse judia e as duas testemunhas foram premiados com três
anos de indulgências por seus pecados.
Quando
questionada, Elvira afirmou ser cristã, tal como seu marido e seu pai o eram. No entanto, sua mãe tinha antepassados
judeus. Elvira
disse ao tribunal que desde a infância não comiam carne de porco porque lhe
dava náuseas e sentia-se mal e que sua mãe havia lhe ensinado a mudar de roupa
interior no sábado, e que ela nunca viu nisso qualquer significado religioso. O tribunal ameaçou torturá-la, se não
dissesse que era judia. Como não
o disse foi desnudada. Amarraram-lhe
as mãos, apertando-os com cordas até quebrar ossos. Ela foi então amarrado a uma mesa com
bordas afiadas, mantendo-o amarrada. Durante
a tortura confessou violar a lei, mas como não sabia que as leis eram foi
submetida à tortura da água: taparam-lhe o nariz e pela boca, através de um
funil, jogaram litros de água. Depois
a golpearam no ventre assim inchado. Muitas
vítimas desta tortura morriam afogadas ou esventradas. Elvira não morreu. Por quatro dias a tortura foi suspensa
e trancaram-na numa cela onde ela confessou ser judia e pediu misericórdia. Essa misericórdia consistiu em não a matarem mas confiscaram-lhe todos os seus bens e condenaram-na a três anos de
prisão Ao fim de seis meses, libertaram-na. Tinha
enlouquecido.
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