INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
À ENTREVISTA
Nº 55 SOBRE O TEMA:
“JESUS FEMINISTA” (6 e últ.)
Teologia Feminista
O feminismo também gera uma nova visão teológica,
destacando as contradições assumidas como "eternas" na cultura
religiosa patriarcal. Por exemplo: podemos fazer, como a teóloga brasileira
feminista Ivone Gebara, essa pergunta provocatória: Por que é que o sangue do
homem Jesus é "redentor" e o sangue das mulheres é considerado uma
"impureza"? Ou podemos reflectir, como fez a teóloga feminista alemã
Dorothy Solle, até que ponto a cultura de obediência e submissão, ensinada a
mulheres como a maior virtude, tem favorecido a instalação de ditaduras
políticas. Solle liga essa ideia para à legitimação do nazismo na Alemanha.
A teologia feminista tem trabalhado para
desconstruir e reconstruir as crenças e tradições cristãs, despojando-os dos
seus conteúdos patriarcais. Sugere que as mulheres se transformem de
"consumidoras" dos conteúdos teológicos que recebem dos varões
"sagrados" em criadoras de conteúdos teológicos colectados a partir
da experiência de vida. Rejeitando o sexo masculino que o cristianismo atribuiu
a Deus, e sem declarar explicitamente que Jesus foi um teólogo feminista, que
Jesus liderou um movimento com a participação das mulheres ao lado dos homens,
uma importante fonte de inspiração.
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