HOJE É
DOMINGO
(Na minha cidade de
Santarém)
Austeridade, austeridade, austeridade. A
palavra que está na moda, que mais se ouve, que corre o risco de cair na
vulgaridade e por ser de sentido único acabar por perder o próprio sentido.
Agora mesmo a França acaba de aprovar o
Orçamento para 2013 que é de austeridade mas que eles dizem que não é… já os
conhecemos, os franceses são chauvinistas, convencidos, vaidosos, para não
falarmos dos nosso amigos e vizinhos espanhóis que insistem na versão de que
quem precisa de apoios financeiros não são eles, governo, mas os bancos… que
ficaram descapitalizados de tanto emprestar dinheiro para fazer casas,
moradias, bairros, “coisa fina”, que ficaram às moscas e por pagar.
Ali,
no centro da Europa, a França, encostada à toda-poderosa Alemanha, finge ser tão
poderosa como ela mas não é, como ficou provado no tempo em que Nicolas SarKozy seguia sempre atrás da Srª Merkel...
Austeridade é sinónimo de insucesso, de
fragilidade, desgoverno, de “estou à rasca”, que uns já não podem disfarçar mas
que outros, poucos, ainda pretendem iludir. Mas, para quê fingir?
As coisas são o que são, a realidade aqui lo que é: após o fim da guerra de 1939/45 e com a
ajuda do Plano Marshal, a Europa destruída e em sangue estava condenada a
crescer e cresceu, mas não só, desenvolveu-se também para níveis de bem-estar,
liberdade e respeito pelos direitos humanos que a transformaram num exemplo
para o mundo.
A União (Meio) Política e Monetária,
todo este espaço sem fronteiras, com liberdade de circulação de pessoas e bens,
com uma moeda comum, seria a cereja no topo do bolo. A seguir, viria a União
Fiscal, de Defesa, Estratégica e o que faltava da União Política… temos de
compreender que não pode ser tudo de um vez… Roma e Pavia não se fizeram num
dia.
Parecia tudo tão fácil, tão bem
encaminhado, estávamos todos tão orgulhosos e felizes de sermos europeus e
agora esta coisa da austeridade… até parece uma rasteira pregada pelo resto do
mundo… invejosos é o que eles são!
Encontrada a solução para a paz na
Europa, com todos satisfeitos, acomodados a esta “dolce vita” de
um consumo imparável, de viagens e passeios por todo o mundo, de barco e de
avião, com níveis de desemprego a 4% e essa coisa inestimável que é o “estado
social”: “… pão, ensino, saúde e pensões de reforma por velhice, algumas
escandalosamente cedo…”- um futuro tão risonho que nem dava para pensar nele.
Bem podíamos dizer: “nós por cá todos bem…”.
Que aconteceu? O que é que fizemos de
mal para tão duro castigo?
– A mãe sem trabalho, o pai despedido, os
subsídios de desemprego esgotados, uma família da classe média reduzida à
indigência e a geração anterior, a dos avós, que pensava ir ter uma velhice
descansada percebe, inesperadamente, que tem de voltar ao princípio quando teve
que trabalhar e fazer sacrifícios para criar os filhos repartindo agora com
eles e os netos a velha casa e a reforma…
Mas, para quem atirar as culpas?
-
Será do pólen dos pinheiros
-
Dos juízes, padres e mineiros
-
Dos turistas que vagueiam nas ruas ou
-
Das “strippers” que nunca se põem nuas?
….
…. ….. ……
…… …..
- A culpa até pode ser do urso que
hiberna
- Mas não será nunca de quem
governa
- E muito menos dos
banqueiros que mandam
nos dinheiros e vivem à parte por
esse mundo inteiro.
(Click na imagem do novo Jardim da Liberdade, em frente do Tribunal. Por onde passavam carros agora passeiam pessoas)
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