quinta-feira, abril 11, 2013


A Ressurreição, por Maria, mãe de Jesus


A propósito das comemorações da Páscoa, referi-me aqui no Memórias Futuras, há poucos dias, à importância decisiva da afirmada ressurreição de Jesus.

Primeiro para que não fosse esquecido por parentes, amigos e seguidores da sua mensagem e mais tarde para o lançamento de uma religião inspirada na sua figura e na sua mensagem. Para isso, Jesus tinha que continuar a viver, não na terra mas no céu sentado á direita de Deus com todo o poder que tal lhe conferia.

Lesley Hazleton, socióloga, feminista e jornalista política britânica, reconstroi este momento “mágico” pondo em destaque o papel de Maria, mãe de Jesus, que não aceita a morte precoce do seu filho e que, com outras mulheres, tinha assistido impotente à sua morte.

Ela construiu uma imagem arrojada e bela em seu livro "Maria, uma virgem de carne e osso”. Faz entrar Maria na tumba de Jesus, acompanhado de Madalena e de outras mulheres e juntas desafiam o fedor e a dor da morte, que haviam testemunhado impotentes e desesperadas.


 Em seguida, Maria se acerca de Jesus, segura-lhe a cabeça com força e o "trás de volta à vida." Ela pode fazer isso, é a mãe. Se ela o havia trazido à vida, lhe devolve de novo a vida.


Hazleton conclui a sua imagem com uma ideia central, muitas vezes minimizada: O cristianismo começa com essas mulheres.


Nem Paulo nem Pedro, nem com nenhum da longa lista de santos e papas, mas com estas mulheres no sepulcro. Elas são o núcleo fundador do cristianismo: as últimas a verem o corpo de Jesus e as primeiras que o viram ressuscitado.


E explica por que isto aconteceu assim: Maria tem que fazer isso para seu próprio bem e pelo bem de seu filho. A alternativa era ser reduzida à dor mais terrível e a pesadelos para o resto de sua vida.

Maria não poderia ter salvo o filho. Ela não podia ter-se oferecido em seu lugar. Mas ainda podia actuar. Poderia quebrar a inércia e livrar-se do papel passivo de testemunha, transformando-o num papel activo.

"Não deixe que isto passe despercebido", deve ter dito e apela à acção. "Não é a mulher que sofra em silêncio. Acima de tudo, não permanece em silêncio. E então, quando decidiu que não faria, decidiu o que fazer: "Há que fazê-los ouvir a sua voz”. Fazer com que esse sacrifício tenha um significado: “Torná-lo importante para o mundo.”


Maria comportou -se como a mãe dos Macabeus e como todas as mães que mantiveram vivos os seus filhos mortos prematuramente.

Nota

“Alguém” ressuscitou Jesus e faz sentido que esse "alguém" tenham sido as mulheres que mais o amaram à frente das quais se encontrava Maria, sua mãe. E para que perdure na memória dos homens com a força dos vivos só a ressurreição… Chavez, na Venezuela, já foi santificado...

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