O avião Hércules 130 utilizado na operação de resgate. |
Operação Entebbe
(continuação)
A Chegada ao Aeroporto e o Resgate
Após a aterragem, o
primeiro C-130 Hercules,
pilotado pelo Coronel Shani, segue para uma área mais escura da pista e,
enquanto o cargueiro inglês taxiava, o Mercedes e dois Land Rover
descem a rampa, transportando 35 membros da força-tarefa, entre eles Netanyahu,
que iria tomar de assalto o velho terminal.
Detalhe: os militares
que iam no Mercedes estavam vestidos com uniformes
ugandenses. Os operadores de radar não perceberam o intruso e nenhum alarme foi
dado. Por esse erro, seriam logo depois executados pelo enraivecido e humilhado
Idi Amin.
Em outro local, dez
membros da brigada de infantaria Golani saltam do avião e espalham sinais para
orientar a aterragem das outras três aeronaves, que se aproximam rapidamente. Porém,
os ugandenses logo perceberam a farsa e a 100 m do terminal duas sentinelas, com
metralhadoras apontadas, ordenaram ao carro que parasse.
Netanyahu e outro
oficial abriram fogo com pistolas dotadas de silenciador, atingindo um dos
homens, e o grupo seguiu em frente até uns 50 m do edifício. A partir daí, os israelitas foram
a pé. Os reféns estavam todos deitados no salão principal e muitos dormiam.
Quatro terroristas
haviam sido deixados montando guarda, um à direita, dois à esquerda e um no
fundo do salão. Todos estavam de pé e puderam ser identificados devido às armas
que portavam.
Apanhados de surpresa,
foram mortos imediatamente, e o grupo de assalto subiu pelas escadas. Os reféns
advertiram que havia mais terroristas e soldados ugandenses no andar de cima.
As ordens eram para tratar os ugandenses como inimigo armado se abrissem fogo.
Caso contrário, seriam poupados. Mas para os terroristas não haveria
misericórdia. Diversos deles foram eliminados à queima-roupa enquanto dormiam.
A acção no terminal antigo durou três minutos.
Sete minutos depois que o primeiro C-130 Hercules aterrou, o segundo pousava, seguido pelo terceiro e pelo quarto. Logo que as rampas eram baixadas, jipes e veículos de transporte saíam em disparada, atravessando a pista. O grupo comandado pelo coronel Matan Vilnai assaltou o edifício do novo terminal, que havia sido apressadamente abandonado pelos ugandenses.
As tropas de Amin
pareciam totalmente confusas e incapazes de esboçar uma reacção coerente. A
única resistência determinada vinha da torre de controle, de onde partiu a
rajada que feriu mortalmente Yoni Netanyahu, postado do lado de fora do
velho terminal. Mas a unidade de Vilnai eliminou esse núcleo de oposição graças
ao fogo concentrado de metralhadoras e lança-granadas.
O grupo do coronel Uri Orr encarregou-se
do embarque dos reféns no avião que os aguardava. Por sua vez, a equi pe que tinha ordens de eliminar os MiGs 17 e 21 ugandenses,
levou poucos minutos para transformar onze deles em bolas de fogo com rajadas
de metralhadoras.
O último dos quatro C-130 Hercules,
com Shomron a bordo, parte de Entebbe às 00h30 do dia 4 de Julho – 90 minutos depois de o primeiro ter
aterrado.
O Regresso
Após uma breve escala em Nairóbi,
para reabastecimento e a transferência dos feridos para o avião hospital, os
reféns e os militares iniciam o vôo de volta a Israel, por volta das 4
horas da madrugada do dia 4.
Entretanto, apesar de todos os esforços dos
médicos – então chefiados pelo coronel Ephraim Sneh, Yoni não resiste aos
ferimentos e morre. Do lado israelita os mortos foram quatro: Yoni e três
reféns – dois faleceram no fogo cruzado com os terroristas e uma senhora de
idade, Dora Bloch, que havia sido transferida para um hospital de Uganda e que
posteriormente foi assassinada por ordem de Idi Amin.
Dos 13 terroristas
envolvidos no sequestro, os oito que estavam no aeroporto foram mortos, entre
os quais Böse e Kuhlmann. Os demais, segundo Shomron, estavam fora do aeroporto. Morreram ainda 35 ugandenses na
operação. Além disso, um número incerto de soldados ugandenses e autoridades
civis do aeroporto foram, posteriormente executadas por ordem de Idi Amin em
virtude dos efeitos morais da operação sobre o governo ugandense.
Nas primeiras horas da manhã do dia 4 de julho, o C-130 Hercules pilotado por Shani sobrevoa Eilat e desce em uma base da Força Aérea Israelita (FAI) na região central do país.
Enquanto os reféns são atendidos pelas equi pes
de terra, as unidades de combate descarregam seus equi pamentos.
Em seguida, retornam às suas bases e retomam suas funções de rotina, afastados
da euforia que tomava conta de Israel e da admiração e respeito que haviam
conqui stado em todo o mundo pelo que
haviam feito naquela noite.
Ainda no dia 4, aproximadamente ao meio-dia, um C-130 Hercules da FAI aterra
no Aeroporto Internacional Ben Gurion. De
suas portas traseiras, 102 pessoas - homens, mulheres e crianças - correm em
segurança para se reunir a seus familiares e amigos.
FIM da OPERAÇÃO
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