sábado, dezembro 14, 2013

A ESPIRAL

DO ÓDIO

E A SUA

ORIGEM 


Mas esta repartição do território não foi correcta e favoreceu descaradamente os judeus que sendo apenas 1/3 dos árabes ficaram com mais do dobro das terras.

Claro que este plano foi imediatamente aceite pelos judeus, liderados então pelo carismático David Bem Gurion e logo a partir daqui, ainda antes de ser declarada a independência de Israel em 1948, ataques organizados contra judeus civis montaram logo o cenário de guerra que prosseguiria após a independência pela invasão de Israel por uma liga constituída pela Síria, Líbano, Jordânia, Iraque e Egipto.

Depois desta guerra, que terminou em 1949 com a vitória dos israelitas e o alargamento do seu território que aumenta ainda mais de quatro vezes na sequencia da Guerra dos Seis Dias em 1967. Israel, a partir de então, passa também a controlar toda a cidade de Jerusalém.

Os ódios e os ressentimentos acumulados ao longo de uma convivência de 125 anos permanentemente conflituosa e agora geridos por movimentos religiosos fundamentalistas, caso do Hezbolah e do próprio Hamas, que tendo ganho o poder em eleições democráticas, governa agora a Palestina, fizeram recuar a solução ao ponto zero.

A convicção que nos fica é que com a intervenção da Síria e do Irão no apoio e incentivo àqueles Movimentos, a situação é hoje mais difícil e perigosa que alguma vez foi dado o aproveitamento deste conflito para o integrar em algo mais vasto e que tem a ver com o expansionismo dos regimes fundamentalistas islâmicos deixando todos os decisores políticos mundiais para já, sem saber bem o que fazer.

Os Mísseis que começaram a cair de um lado e outro vão continuar, provavelmente, cada vez mais longe, cada vez mais potentes…até quando?

Populações que estavam condenadas a entenderem-se para poderem viver, porque sem paz não se vive, no máximo sobrevive-se, persistem, mais uma vez, num conflito do qual não vai sair a paz como já não saiu das guerras anteriores não obstante a vitória dos exércitos israelitas.

Parece, de resto, que essas vitórias que expressam uma supremacia militar da parte de Israel que, de facto, existe, têm-nos “impedido” de fazer, oportunamente, as cedências justas que há muito poderiam ter conduzido à paz.

Em definitivo, a força não é a razão e a paz só é paz quando ambas as partes a entendem e a sentem como tal porque, normalmente, a paz imposta pelas armas dura apenas o tempo necessário para que tudo recomece novamente.

Assim tem sido entre israelitas e palestinianos… até quando?...

Cento e vinte sete anos de ódios que alimentaram diferenças que poderiam ter sido resolvidas se não houvesse o aguilhão religioso que separa, que tira as pessoas do racional, mesmo do humano.

O mesmo Deus com nomes diferentes, a mesma força da fé, o mesmo servilismo a dogmas, a mesma incapacidade de superar o irracional servida logo a partir do nascimento das crianças e alimentado ao longo das vidas.

O trilho que as religiões vão deixando na vida das sociedades...   

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