terça-feira, dezembro 24, 2013

Esta noite, em que Jesus feito bebé, aparece em milhões de lares por todo o mundo na maior festa de família da humanidade, talvez se deva perguntar se ele, como homem, terá ou não casado.


Alguns interpretam a frase de Jesus sobre os eunucos como dando conta da sua situação pessoal. E interpretam mais: não se teria casado, não porque tivesse medo das mulheres, fosse homossexual ou tivesse sido castrado, mas porque o Reino de Deus lho exigia, porque serviria melhor se fosse casto e solteiro.


Eu realmente não sei se Jesus foi casado ou não, viúvo, nem quantas vezes se apaixonou. Não sabemos se teve filhos. É difícil imaginá-lo solteiro porque, de acordo com a cultura de Israel um homem ou uma mulher sós, sem descendência, seriam pessoas estranhas e dificilmente Jesus teria tido a autoridade e o atractivo que teve sendo alguém com um comportamento raro e estranho.

 Mas nós não sabemos e nunca se saberá. O que sabemos é que nada muda na sua mensagem qualquer que tenha sido a sua situação.


Para aqueles que escreveram os evangelhos, o "status" de Jesus pareceu um detalhe sem importância relativamente à importância de sua mensagem, por isso, nos seus relatos, nada revelaram.




Nota 

Na qualidade de não crente mas um profundo e sincero admirador da figura histórica de Jesus da Nazaré, parece-me óbvio que, quando séculos mais tarde, após a sua morte e na sequência do trabalho iniciado pelo apóstolo Paulo, se pretendeu transformar a sua mensagem e o seu movimento numa religião universal, o que foi possível com a dita “conversão” do Imperador Constantino, todo o seu “legado” que foi apenas oral, contado de boca em boca pelos conterrâneos que o seguiram, foi colocado, de acordo com uma estratégia muito inteligente, ao serviço desse objectivo.


A estratégia foi a da montagem de um aparelho de poder, manipulador das consciências dos crentes e recorrendo, por vezes, à violência mais brutal, tal como sabemos da história.


É certo, que em vida, Jesus se enganou na sua arrojada promessa da vinda à terra do reino de Deus mas, hoje em dia, os políticos enganam-se em coisas muito mais comezinhas.


Foi coerente até ao fim, lutou pela palavra e o exemplo contra os poderosos do seu tempo que o mesmo é dizer pela justiça e afirmou a dignidade da pessoa humana não discriminando ninguém.

Todas as homenagens que lhe possamos prestar são mais que justificadas. Ele terá sido, sem que alguma vez o tivesse sequer sonhado, o homem mais influente da história da humanidade mesmo que, em nome dele, os ditos seus seguidores tenham cometido os crimes mais execráveis.

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