Esta noite, em que Jesus feito bebé, aparece em milhões de lares por todo o mundo na maior festa de família da humanidade, talvez se deva perguntar se ele, como homem, terá ou não casado.
Alguns interpretam a frase de Jesus sobre os eunucos como dando
conta da sua situação pessoal. E interpretam mais: não se teria casado, não
porque tivesse medo das mulheres, fosse homossexual ou tivesse sido castrado,
mas porque o Reino de Deus lho exigia, porque serviria melhor se fosse casto e
solteiro.
Eu realmente não sei se Jesus foi
casado ou não, viúvo, nem quantas vezes se apaixonou. Não sabemos se teve
filhos. É difícil imaginá-lo solteiro porque, de acordo com a cultura de Israel
um homem ou uma mulher sós, sem descendência, seriam pessoas estranhas e dificilmente Jesus teria tido a
autoridade e o atractivo que teve sendo alguém com um comportamento raro e
estranho.
Mas nós não sabemos e nunca se saberá. O que sabemos é que nada muda
na sua mensagem qualquer que tenha sido a sua situação.
Para aqueles que escreveram os
evangelhos, o "status" de Jesus pareceu um detalhe sem importância
relativamente à importância de sua mensagem, por isso, nos seus relatos, nada
revelaram.
Nota
Na qualidade de não crente mas um profundo e sincero admirador da figura histórica de Jesus da Nazaré, parece-me óbvio que, quando séculos mais tarde, após a sua morte e na sequência do trabalho iniciado pelo apóstolo Paulo, se pretendeu transformar a sua mensagem e o seu movimento numa religião universal, o que foi possível com a dita “conversão” do Imperador Constantino, todo o seu “legado” que foi apenas oral, contado de boca em boca pelos conterrâneos que o seguiram, foi colocado, de acordo com uma estratégia muito inteligente, ao serviço desse objectivo.
Todas as homenagens que lhe possamos prestar são mais que justificadas. Ele terá sido, sem que alguma vez o tivesse sequer sonhado, o homem mais influente da história da humanidade mesmo que, em nome dele, os ditos seus seguidores tenham cometido os crimes mais execráveis.
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