sexta-feira, fevereiro 28, 2014

Nas ruas de Lisboa já temos sem-abrigo com Cursos Superiores...


A Crise...













Há uma crise em Portugal que é filha de uma crise na Europa, filha de outra na América... de resto, desde que o mundo é mundo, sempre houve crises. A diferença é que agora elas pegam umas nas outras, tendem a ser globais porque está tudo em ligação, todos compram e vendem uns aos outros à velocidade de um click.

 O poder financeiro cresce, domina a economia, a que produz riqueza... mas nada que se pareça com o dinheiro que se ganha especulando nos mercados.

A globalização, colocando em mercado aberto economias diferentes, umas que cumprem regras e outras que proliferam na ausência delas, alterou um equilíbrio, de uma sapatada destruiu milhares de postos de trabalho para criar outros, em outros lugares e sem quaisquer condições.

As grandes empresas correram à procura desses locais de mão-de-obra e da energia barata, de governos cúmplices, de empresários assassinos, sem escrúpulos, cujos trabalhadores morrem soterrados ou queimados em edifícios que se abatem e ardem.

Massas de trabalhadores que antes viviam nos campos engrossam as cidades, tornando-as irrespiráveis e sujeitam-se a todos os abusos para sobreviver.

Uma elite de pessoas utilizando em seu favor o poder político aliam-se ao mundo do dinheiro e de braço dado controlam o mundo.

A Europa, reserva de liberdade, cultura, arte, direitos e de cidadania é atingida. O desemprego e a baixa de salários a favor de uma competitividade que serve de desculpa para tudo, vão fazendo empobrecer uma classe média que nasceu e se fortaleceu depois da 2ª G.G. e que era o motor da sociedade.

Mais de 20 milhões de desempregados na União Europeia, mais de 4 milhões de sem-abrigo, casos dramáticos de famílias que se vêm obrigadas a abandonar as suas casas por não poderem pagá-las e, no entanto, cerca de 11 milhões de casas vazias no Velho Continente, segundo o diário britânico The Guardian.

As reservas do subsolo de riquezas energéticas e minerais são embolsadas por grupos de pessoas de governos corruptos que na impunidade impõem a uma Europa enfraquecida os seus argumentos financeiros.

Quem não tem dinheiro não se pode dar ao luxo de ter valores ou princípios...

Políticos fracos, sem carisma, liderando democracias que em si mesmas são uma riqueza, em vez de se unirem acomodam-se, lutando cada um pelos seus pequeninos interesses em grupos de pretensos ricos contra pretensos pobres.

Os discursos dos governantes provocam enjoo. Apanhados por forças que não controlam disputam uns com os outros o leme da governação para satisfazer egoísmos, vaidades e ambições em enredos teatrais em que, num momento saem de cena, para noutro, logo de seguida, reentrarem.

Aproxima-se o Carnaval e o governo, mais uma vez, não concede dispensa de ponto, talvez para não desagradar à Troyka mas as Câmaras Municipais, pelo menos as que organizam festejos, desrespeitam o poder central e mandam todos brincar ao Carnaval porque não fazia sentido envolverem-se em despesas para promoverem as suas cidades, algumas com créditos firmados em desfiles carnavalescos, e depois prenderem as pessoas nos Serviços.

No entanto, esta descoordenação, não escandaliza ninguém. Sobre a mesma coisa, por razões diferentes decidem-se coisas diferentes e assim é que está bem...

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