Nas ruas de Lisboa já temos sem-abrigo com Cursos Superiores... |
A Crise...
Há uma crise em Portugal que é filha de uma crise na Europa, filha de outra na América... de resto, desde que o mundo é mundo, sempre houve crises. A diferença é que agora elas pegam umas nas outras, tendem a ser globais porque está tudo em ligação, todos compram e vendem uns aos outros à velocidade de um click.
O
poder financeiro cresce, domina a economia, a que produz riqueza... mas nada
que se pareça com o dinheiro que se ganha especulando nos mercados.
A globalização, colocando em mercado aberto
economias diferentes, umas que cumprem regras e outras que proliferam na
ausência delas, alterou um equi líbrio,
de uma sapatada destruiu milhares de postos de trabalho para criar outros, em
outros lugares e sem quaisquer condições.
As grandes empresas correram à procura
desses locais de mão-de-obra e da energia barata, de governos cúmplices, de
empresários assassinos, sem escrúpulos, cujos trabalhadores morrem soterrados
ou queimados em edifícios que se abatem e ardem.
Massas de trabalhadores que antes viviam
nos campos engrossam as cidades, tornando-as irrespiráveis e sujeitam-se a
todos os abusos para sobreviver.
Uma elite de pessoas utilizando em seu
favor o poder político aliam-se ao mundo do dinheiro e de braço dado controlam
o mundo.
A Europa, reserva de liberdade, cultura,
arte, direitos e de cidadania é atingida. O desemprego e a baixa de salários a
favor de uma competitividade que serve de desculpa para tudo, vão fazendo
empobrecer uma classe média que nasceu e se fortaleceu depois da 2ª G.G. e que
era o motor da sociedade.
Mais de 20 milhões de desempregados na
União Europeia, mais de 4 milhões de sem-abrigo, casos dramáticos de famílias
que se vêm obrigadas a abandonar as suas casas por não poderem pagá-las e, no
entanto, cerca de 11 milhões de casas vazias no Velho Continente, segundo o diário
britânico The Guardian.
As reservas do subsolo de riquezas energéticas
e minerais são embolsadas por grupos de pessoas de governos corruptos que na
impunidade impõem a uma Europa enfraquecida os seus argumentos financeiros.
Quem não tem dinheiro não se pode dar ao luxo de ter valores ou princípios...
Quem não tem dinheiro não se pode dar ao luxo de ter valores ou princípios...
Políticos fracos, sem carisma, liderando
democracias que em si mesmas são uma riqueza, em vez de se unirem
acomodam-se, lutando cada um pelos seus pequeninos interesses em grupos de
pretensos ricos contra pretensos pobres.
Os discursos dos governantes provocam enjoo.
Apanhados por forças que não controlam disputam uns com os outros o leme da
governação para satisfazer egoísmos, vaidades e ambições em enredos teatrais em
que, num momento saem de cena, para noutro, logo de seguida, reentrarem.
Aproxima-se o Carnaval e o governo, mais
uma vez, não concede dispensa de ponto, talvez para não desagradar à Troyka mas
as Câmaras Municipais, pelo menos as que organizam festejos, desrespeitam o
poder central e mandam todos brincar ao Carnaval porque não fazia sentido
envolverem-se em despesas para promoverem as suas cidades, algumas com créditos
firmados em desfiles carnavalescos, e depois prenderem as pessoas nos Serviços.
No entanto, esta descoordenação, não
escandaliza ninguém. Sobre a mesma coisa, por razões diferentes decidem-se coisas diferentes e assim
é que está bem...
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