Largo do Seminário ou Sá da Bandeira |
Hoje É Domingo
( Na Minha cidade de Santarém em 8/6/2013)
É terrível quando um país pobre como
Portugal, pobre e fortemente endividado porque não produz riqueza suficiente
para as despesas do seu Estado, o que vem a acontecer há muitos anos, é
apanhado por um mercado financeiro que diz: “agora já não emprestamos mais ou
então têm de pagar um juro que vos leva os olhos da cara”.
É terrível porque obrigados a negociar
“planos de ajustamento das suas finanças” vão aceitar sacrifícios que recaem,
naturalmente, sobre os mais pobres e se traduzem em desemprego, trabalho precário, baixos salários e emigração.
Eu interiorizei, ainda no governo
anterior, de José Sócrates, que iríamos todos ficar mais pobres porque não sei
de situação alguma em que se saia de uma dívida com um sorriso nos lábios.
A partir dos governos de Cavaco Silva,
de 1985 a
1995 a
vida dos portugueses melhorou consideravelmente e as “máqui nas”
do Estado, das Autarqui as, das
Empresas Públicas e os Serviços Sociais aumentaram e melhoraram
consideravelmente.
Foi bom, foi um período em que uma
alargada classe média que não existia antes parecia estar consolidada, as
pessoas assim o julgavam ao comprarem casas para pagarem no futuro a contar com os seus rendimentos que tinham na altura.
Infelizmente, não havia uma
contrapartida na produção de riqueza e o almejado e tão procurado petróleo
teimou em não aparecer.
Veio a Troyka, foi-se a Troyka mas
ficaram os compromissos, as obrigações o que vem a dar exactamente no mesmo. O
Governo, obrigado a fazer cortes na Despesa do Estado anda às “turras” para não
dizer “cabeçadas” com o Tribunal Constitucional que em nome de princípios como
a igualdade, solidariedade, justiça, proporcionalidade, etc... não deixa fazer
os cortes que ele quer com a agravante de que este Tribunal não tem apelo nem
recurso.
E o Governo pergunta:
-
Então, senão posso fazer cortes – claro que pode e já os fez – como me é
possível cumprir as metas que me são impostas em matéria de redução de Deficits e de
pagamento de Juros?
A Europa, que teve muitas culpas no
cartório na situação a que se chegou, assiste passiva e cinicamente com o
último cheque de 2 mil e tal milhões de euros do empréstimo na mão
dizendo: “senão cumprem não o levam”.
Manuela Ferreira Leite, antiga ministra
das Finanças do partido que está no governo que agora faz comentários na
Televisão não muito agradáveis para o seu partido, diz que não faz mal porque
nós nem já precisamos daquele dinheiro...
Enfim, os portugueses parecem
resignados, eles têm a percepção de que façam o que fizerem, excepção a um número crescente de gloriosos empresários e a um sol que não deixa de nos iluminar na
transparência de um céu azul incomparável que atrai cada vez mais turistas,
tudo continuará na mesma... os políticos sem se entenderem porque é assim a
nossa democracia e eles, os cidadãos, com o coração aos saltos porque não sabem
o dia de amanhã.
Leio hoje no Jornal e quase não acredito
que alguém levantou do Banco Espírito Santo de Angola 525 malas de notas de 100
dólares, no valor de um milhão cada uma, o que corresponde a um camião TIR, que desapareceram... Uma parte
para contas não se sabe de quem e a outra para contas do presidente e de um
administrador do Banco... pasme-se!
De certeza com a impunidade a que já nos
habituámos no BPN e no BPP. Felizmente, o Governo de Angola por causa dos riscos sistémicos - a mesma razão que levou à nacionalização do nosso BPN que vamos todos pagar - decidiu dar um aval de 5.500 milhões porque o total dos créditos concedidos pelo BES de Angola, não se sabe a quem, ascendem a 5.700 milhões de dólares que lá irão para o povo angolano pagar não esquecendo que o BES de Portugal é o maior accionista daquele Banco.
Nada a fazer... o mal é mesmo deste
mundo ou melhor de alguns indivíduos deste mundo cuja ganância não tem limites nem castigo.
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