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"Seus preguiçosos..." |
Preguiçosos
“Preguiçosos, não leram, não estudaram, não compararam, não se interessaram...”
Passos Coelho nas Jornadas Parlamentares
do PSD-CDS está de posse da palavra, entusiasma-se, levanta a voz e acusa a
comunicação social, os jornalistas, os comentadores de preguiçosos e,
naturalmente, deve ter sido muito aplaudido.
Marcelo Rebelo de Sousa, sentindo-se
atingido, veio logo dizer que foi um sinal de fraqueza e, no entanto, Passos
Coelho tem razão... ao longo dos três anos do seu governo e na execução do
programa da troika, o desemprego baixou, a dívida pública aumentou e as reserva
de dinheiro do país são agora muito maiores do que quando assinámos o Acordo.
Não será isto mais do que razão para se
tecerem loas ao 1º Ministro?
-
Passos Coelho sente-se injustiçado por jornalistas e comentadores e reage
indignado num exercício de grande hipocrisia política própria de quem já está
em campanha eleitoral a um ano de distância.
Os jornalistas e comentadores,
naturalmente, fazem-se eco das “dores do povo” que se queixa da austeridade, da
falta de perspectivas de emprego, dos salários baixos, do emprego precário, da
emigração que nos leva os melhores quadros e, acima de tudo, da falta de
esperança no futuro com uma Dívida Pública que nos asfixia como um garrote. Não
pagássemos nós juros e neste momento as nossas Receitas já eram maiores que as
Despesas! - que tentação não os pagar...
E reclama do que acontece na Justiça com
todo o Sistema Informático que entrou em eclipse total fazendo “desaparecer”
milhares de Processos e obrigou a suspender provisoriamente os prazos de
prescrição tal a dimensão da catástrofe, e do que, mais uma vez, sucede na
colocação dos professores no Ministério da Educação que ainda não percebeu que
aquela tarefa tem de ser descentralizado para as escolas.
E que dizer das notícias do BES que se
desmoronou e das acções dos pequenos accionistas que eram boas num dia, na
opinião abalizada do Governador do Banco de Portugal, 1ª Ministro, Presidente
da República, e no outro dia não valiam nada?
E aqueles cinco membros da família do
Espírito Santo que se acharam com direito a ficarem cada um deles com um milhão
de euros na compra que os portugueses fizeram de dois submarinos aos alemães?
- E que dizer dos alemães que ficaram
escandalizados com o assunto tendo até acusado e condenado um compatriota corruptor
enquanto os corrompidos em Portugal permanecem inimputáveis...
-
E aquele Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros que é de opinião que pode e
deve dizer tudo só porque também vem nos jornais?
Tudo isto são notícias que na verdade
não nos deixam bem vistos e devem constituir motivo de razão queixa de Passos
Coelho relativamente a jornalistas e comentadores... tivéssemos nós nos tempos
do Salazar e outro galo cantaria. Sobrariam, então, elogios para o Governo
feitos por jornalistas e comentadores diligentes e prestimosos...
Entretanto, a minha cidade de Lisboa
continua linda e a encher-se de turistas que grandes paquetes em viagens de
cruzeiro despejam mesmo no centro da cidade e que ficam rendidos à beleza da
nossa capital.
Anos a fio desembarcava na Estação dos
Comboios de Santa Apolónia, em Lisboa, olhava para a esquerda e o que via eram
tapumes e contentores, agora vejo transatlânticos, uns a seguir aos outros, no
que parece ser uma autêntica acção de descoberta.
Se comerem um peixinho grelhado,
apanhado na nossa costa, à mesa de uma esplanada bronzeando-se com o nosso sol
e maravilhando-se com o azul do nosso céu, só não voltarão mesmo se não
puderem.
Os ingleses, então, que se qui serem sair de Londres para irem à praia começam
por perder mais de 2 horas de carro para atravessar uma urbe de mais de 14 milhões
de habitantes e quando finalmente lá chegam, se for na maré baixa, apanham mais
de um km de lamaçal até chegar à agua o que quer dizer que não chegam e acabam
corridos por um vendaval de areia.
Pescadores e barqui nhos
é coisa que já não existe há muitos anos, foram todos para Londres trabalhar
nos Bancos e ganhar dinheiro que é isso que interessa... mas quanto não dariam
eles, que são os homens dos negócios, pelo nosso clima e as praias da nossa
linha do Estoril metida no pacote?
-
Nada. Espertos como são vêm para cá e aproveitam também a nossa comida e os
nossos preços. Fosse eu inglês, nascido, criado e trabalhado não hesitava,
ainda para mais com as facilidades que o nosso país dá.
Coitados dos ingleses que em termos de
clima saiu-lhes a fava... “Mas a quem interessa o Boletim Meteorológico? Já
basta termos de aturar o tempo, sem a infelicidade de saber de antemão como ele
vai ser.” Jerome K. Jerome em “Três Homens num Bote”.
Mas os ingleses, mesmo fora do seu país,
estão sempre em casa.
Conheci-os em África, no tempo das Rodésias, com os seus “greens”
à volta da moradia e o mastro encimado pela bandeira inglesa.
“O inglês é o elefante da
Europa, com as suas manias, pancadas, peneiras, e excentricidades, coisas boas
e coisas más, mas coisas que, como a tromba do elefante, mais ninguém tem...”
quem o diz é João Magueijo, em “Bifes Mal Passados”, natural de Évora, há mais de 20 anos a viver no Reino Unido e professor catedrático no Imperial College, em Londres, que escreveu um livro a “bater” nos ingleses e o dedicou à Rainha Isabel II, monarca de vários lugares.
quem o diz é João Magueijo, em “Bifes Mal Passados”, natural de Évora, há mais de 20 anos a viver no Reino Unido e professor catedrático no Imperial College, em Londres, que escreveu um livro a “bater” nos ingleses e o dedicou à Rainha Isabel II, monarca de vários lugares.
Leiam-no que se divertem.
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