Esta terá sido apenas uma das Viragens |
A
VIRAGEM
VIRAGEM
Ontem tive a oportunidade de ver e ouvir o nosso 1º
Ministro Passos Coelho dizer em quatro momentos diferentes: 2011, 2012, 2013 e
2014 que estávamos perante anos de viragem.
Parece anedótico mas é verdade: nós vimo-lo e ouvimo-lo
em todos esses momentos diferentes que foram retirados dos arqui vos de televisão pelo crítico e comentador, ex-líder
parlamentar do Bloco de Esquerda, Francisco Louça no seu comentário semanal das
sextas-feiras.
A vida dos portugueses tem sido, portanto, nos últimos
anos, no dizer de Passos Coelho uma viragem permanente de tal forma que, de
tanto virar, já nem devemos saber para que lado estamos virados.
Esta manipulação grosseira dos cidadãos por parte
destes jovens ambiciosos e destituídos de escrúpulos políticos que nos governam
é descoroçoante.
Nunca me enganei sobre o que nos esperava após o
governo de Sócrates. Quando alguém é obrigado a entregar-se nas mãos dos
credores o que acontece é inevitavelmente sacrifícios e humilhações mas, o que
dispensávamos bem é que entre nós e eles se intrometessem estes jovens políticos
que troçam de nós com aquele ar sério e compenetrado próprio de representação
teatral.
Sabe-se hoje que a austeridade vivida nestes últimos
anos acabou por ser um preço inútil em vez de reparador. Não temos as reformas
estruturais do Estado – veja-se o que voltou a acontecer com a colocação dos
professores – de que tanto precisamos para abrir novas perspectivas de futuro, continuamos
com a mesma Despesa do Estado e estamos sem saber para onde foi o brutal
aumento de impostos.
O que sabemos é que as grandes empresas públicas foram
vendidas, já não são nossas, restando-nos a TAP que está presa por um fio.
Disseram, então, quando chamámos a troika, que estávamos
falidos, que só tínhamos dinheiro para pagar aos funcionários durante mais dois
ou três meses mas o que aconteceu de então para cá foram medidas punitivas que
levaram ao encerramento de milhares de pequenas empresas, um aumento enorme do
desemprego e à fuga de mais de 200.000 portugueses desesperados sem futuro em
Portugal.
Apesar de tudo, Passos Coelho diz que estamos melhor e
os portugueses sorriem de desdém sobre essas melhorias que devem dizer respeito às empresas que têm agora um campo de recrutamento
de trabalhadores mais fácil, amplo e barato.
Temos um Orçamento para 2015 no qual ninguém parece acreditar porque se baseia em expectativas irrealistas em que somos
peritos.
Não foi assim com as auto-estradas e as pontes que
cada vez estão mais longe do tráfego que se esperava para elas?...
Falhar previsões foi sempre a nossa especialidade.
Somos de um optimismo relativamente ao futuro que diz bem do irrealismo que vai por certas cabeças - se é que vai - e depois é muito fácil para os governantes sustentarem as
suas decisões em metas que nunca são alcançadas e cujas consequências são pagas
pelos cidadãos.
Continuamos, entretanto, a aguardar o ano da "viragem" que já não vai acontecer porque Passos Coelho já não tem espaço para prometer
nada, chegou ao fim.
Resta-lhe apenas o tempo necessário para, em véspera de
eleições, meter medo aos portugueses com o despesismo do Partido Socialismo, do Sócrates e dos seus acólitos.
Quem sabe se eles não irão esquecer as “viragens” que
ele prometeu anos a fio e dar-lhe novamente o voto para não correrem riscos de
mais bancas rotas?...
A demagogia e o embuste em política não têm limites.
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