Histórias inventadas pela política |
O êxodo e fuga para o Egipto
do povo hebraico não
passa de uma metáfora
(Foi tudo política...)
O
relato central do Antigo Testamento que está no centro da fé e da identidade do
povo judeu - a libertação do povo hebreu das mãos do faraó, o seu êxodo, a sua
marcha através do deserto e a chegada à Terra Prometida, sob a condução e
liderança de Moisés, é também uma metáfora com uma base histórica cada vez mais
duvidosa.
O arqueólogo judeu,
Israel Finkelstein, Director do Instituto de Arqueologia da Universidade de Tel
Aviv, é quem o demonstrou de forma mais sólida no seu livro "A Bíblia
Desenterrada”; “A Bíblia Não Tinha Razão” na tradução brasileira(Edições
Bayard, 2002).
Ele, e o seu colega Silberman, propõem-se reconstruir uma
história bem diferente do antigo Israel separando a história da lenda.
As investigações de Finkelstein
demonstram que nem Abraão nem Moisés são personagens históricas, que o povo
hebreu não saiu do Egipto nem cruzou o Mar Vermelho, nem peregrinou por nenhum
deserto, nem conqui stou a terra de
Canaan, pela simples razão que desde há milhares de anos já ali vivia do
pastoreio e da agricultura.
Os cinco primeiros textos da Antigo
Testamento (Genesis, Êxodo, Desteronomio, Números e Levítico) são uma genial
reconstrução literária e política realizada 1.500 anos mais tarde do que
pensávamos, durante a monarqui a de
Josias, rei de Judá, 7 séculos antes de Jesus e o seu principal objectivo foi
fundar uma nação unificada, cimentada numa nova religião; um só Deus (Yahveh);
um só rei, uma só capital (Jerusalém) e um só Templo, o de Salomão.
O Imperador Constantino de Roma,
séculos mais tarde, pretendeu atingir exactamente os mesmos objectivos com a
religião cristã: dar coesão política e social ao seu império, unindo-o pela fé
em um só Deus sob a autoridade do todo poderoso Imperador e dos bispos de Roma.
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