José Sócrates |
Prisão Preventiva
Ontem à noite o país esteve
suspenso durante 3 horas com as televisões e os comentadores numa espera
desesperante aguardando a decisão do juiz Carlos Alexandre sobre as medidas de
coacção relativas a José Sócrates. Um deles, agastado com a demora,
desabafou: “nem a gente janta nem saem as medidas de coacção”.
Finalmente, já passavam das 22h30,
quando o advogado de José Sócrates surgiu frente aos jornalistas para lhes
anunciar que o seu cliente iria ficar em prisão preventiva.
Tinha acabado a espera. A decisão
surpreendia uns e alegrava outros. A carreira política de José Sócrates estava
agora definitivamente acabada mesmo que no fim do processo venha a ser
absolvido dos crimes que lhe são imputados e isso só irá acontecer, se
acontecer, daqui a mais de 2 anos.
O “animal feroz”, como se designou
a si próprio, caiu no combate contra a justiça depois de muitas ameaças ao
longo dos anos em vários processos em que o seu nome vinha à baila.
Eu, sinceramente, não esperava
esta medida de coacção. Domingo à noite, num dos muitos programas em que a
situação era comentada, um juiz e um advogado tinham afirmado que com os factos
que vieram a público não havia crime nenhum.
O advogado de defesa mostrou-se
indignado pela decisão e para muitos comentadores da especialidade ela foi
incompreensível.
Sendo a mesma, a justiça penaliza
mais os homens públicos porque, nestes casos, a “Vox Populi” condena sem
aguardar a sentença dos Tribunais.
Por outro lado, e isto é igual
para todos, os aspectos morais e éticos estão para além dos factos e das provas
e fogem à alçada da lei porque se situam ao nível das consciências das pessoas
e estas não perdoam quando se trata de políticos sempre hábeis a fintar a lei.
Lembram-se de Paulo Pedroso, do
PS, acusado e preso por pedofilia? - Foi inocentado pelo tribunal mas nunca
mais “pôde sair à rua”. A suspeita e a acusação foram suficientes para a condenação
pública.
Quando se trata de políticos a
severidade transborda da lei e dos tribunais para a Praça Pública. Prove-se o
que se provar ou não se prove nada, Sócrates está condenado em termos de opinião
pública e o seu discurso de político agressivo e feroz também não ajuda nada.
O que vai ficar é o julgamento do
povo para quem ele se “governou” quando no poder e depois foi viver como um
nababo para “Paris de França” como diziam os nossos emigrantes da década de
sessenta.
O Partido Socialista irá fazer o
enterro político deste seu destacado militante que esperamos e desejamos
anteceda por muitos anos o seu próprio funeral.
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