terça-feira, novembro 25, 2014

José Sócrates
Prisão Preventiva











Ontem à noite o país esteve suspenso durante 3 horas com as televisões e os comentadores numa espera desesperante aguardando a decisão do juiz Carlos Alexandre sobre as medidas de coacção relativas a José Sócrates. Um deles, agastado com a demora, desabafou: “nem a gente janta nem saem as medidas de coacção”.

Finalmente, já passavam das 22h30, quando o advogado de José Sócrates surgiu frente aos jornalistas para lhes anunciar que o seu cliente iria ficar em prisão preventiva.

Tinha acabado a espera. A decisão surpreendia uns e alegrava outros. A carreira política de José Sócrates estava agora definitivamente acabada mesmo que no fim do processo venha a ser absolvido dos crimes que lhe são imputados e isso só irá acontecer, se acontecer, daqui a mais de 2 anos.

O “animal feroz”, como se designou a si próprio, caiu no combate contra a justiça depois de muitas ameaças ao longo dos anos em vários processos em que o seu nome vinha à baila.

Eu, sinceramente, não esperava esta medida de coacção. Domingo à noite, num dos muitos programas em que a situação era comentada, um juiz e um advogado tinham afirmado que com os factos que vieram a público não havia crime nenhum.

O advogado de defesa mostrou-se indignado pela decisão e para muitos comentadores da especialidade ela foi incompreensível.

Sendo a mesma, a justiça penaliza mais os homens públicos porque, nestes casos, a “Vox Populi” condena sem aguardar a sentença dos Tribunais.

Por outro lado, e isto é igual para todos, os aspectos morais e éticos estão para além dos factos e das provas e fogem à alçada da lei porque se situam ao nível das consciências das pessoas e estas não perdoam quando se trata de políticos sempre hábeis a fintar a lei.

Lembram-se de Paulo Pedroso, do PS, acusado e preso por pedofilia? - Foi inocentado pelo tribunal mas nunca mais “pôde sair à rua”. A suspeita e a acusação foram suficientes para a condenação pública.

Quando se trata de políticos a severidade transborda da lei e dos tribunais para a Praça Pública. Prove-se o que se provar ou não se prove nada, Sócrates está condenado em termos de opinião pública e o seu discurso de político agressivo e feroz também não ajuda nada.

O que vai ficar é o julgamento do povo para quem ele se “governou” quando no poder e depois foi viver como um nababo para “Paris de França” como diziam os nossos emigrantes da década de sessenta.

O Partido Socialista irá fazer o enterro político deste seu destacado militante que esperamos e desejamos anteceda por muitos anos o seu próprio funeral.

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