Largo do Seminário - Santarém |
Hoje é Domingo
(Na minha cidade de
Santarém
em 16/11/14)
A ocasião faz o ladrão,
diz o povo e com razão. Esta história dos Vistos Golden parece mesmo talhada a
preceito para fomentar a corrupção de tal forma que as investigações começaram
logo pouco tempo depois de terem sido criados.
Vender a nacionalidade
é algo de pornográfico ao nível de um país. É como uma pessoa vender a alma e
quem compra a alma de alguém não é, de certo, entidade respeitável, mas sim um
potencial corruptor, alguém que tem um passado de histórias ligadas ao
enriquecimento rápido e fácil por muitos Registos Criminais limpos que possa
apresentar.
Chegados à situação de
compradores de nacionalidades alheias a corrupção faz, naturalmente, parte das
suas vidas quer elas se prendam com o desmoronar do Império Soviético, o súbito
e desmesurado crescimento de uma China lançada num capitalismo de Estado desenfreado com
poucos direitos e menos liberdades mas que é já a maior economia mundial, ou ao petróleo angolano, tanto faz.
Alguém em Portugal
esfregou as mãos de contente perante tal oportunidade...
Meia dúzia de pessoas,
nem tanto, colocadas em lugares chave e estratégicos, nem precisaram de grande esperteza para
obterem vantagens que lhes foram quase que oferecidas por quem, comprar uma
habitação por 500.000 euros, é tão acessível como para um nosso cidadão da
classe média almoçar num restaurante bom da Baixa lisboeta.
Maior problema é,
depois, o que fazer com o dinheiro. O que faz um funcionário do Estado,
por muito alto que esteja na hierarqui a,
a dezenas ou centenas de milhares de euros, que levaria anos a ganhar
legalmente, que não seja escondê-lo?
A lavagem de dinheiro
de subornos é muito mais difícil que a sua obtenção como se sabe desde a história
da conta aberta na Suíça por um sobrinho de um Presidente da Câmara em Portugal
que era um simples chofer de praça mas que nadava em dinheiro... recordam-se?
Parece que iremos
agora assistir a algo de semelhante através de uma conta bancária de um familiar,
funcionário de Agencia Bancária esquecida no interior do país.
O nosso inevitável
Juiz Carlos Alexandre depois de ter detido o todo poderoso Ricardo Salgado, aí
o temos novamente lançado numa maratona interminável de interrogatórios antes
de serem conhecidas as medidas de coacção dos 11 detidos da operação Labirinto
e que já nos irão dizer muito da sua culpabilidade.
Depois de governantes
incompetentes, faltava-nos uma Administração corrupta a juntar à dívida, ao
desemprego, aos juros e agora até à bactéria da legionella.
- Quem nos acode?
posted by Joaquim Paula de Matos at 3:45 da tarde
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