terça-feira, novembro 11, 2014

NASREDDIN


 HODJA
















Terá nascido no Séc. XIII numa pequena cidade chamada Aksehir, localizada no centro da Turquia. Numa outra versão diz-se que foi contemporâneo do grande Tamerlão quando este invadiu a Anatólia no Sec. XV, tendo nascido em Sivrihisar, cidade famosa pelo senso de humor da sua população.


Verdade, é que o Festival Internacional de Nasreddin Hodja tem lugar em Aksehir, todos os anos de 5 a 10 de Julho, com a presença de artistas turcos que usam a figura de Hodja em peças de teatro, músicas, filmes, desenhos animados e pinturas.

Hodja era um homem de grande inteligência, um filósofo, com um enorme sentido de humor e as suas histórias ouvidas pelas crianças ao longo das gerações fazem parte da cultura turca contribuindo para o desenvolvimento de uma mentalidade crítica entre o seu povo.

Era um grande observador do ser humano nos seus aspectos quotidianos e usava essa observação para satirizas as situações do dia-a-dia fazendo com que as pessoas dessem por isso.

Nasr-ed-Din significa “Vitória da Fé” e Hodja significa “Mestre” ou “Professor” título que lhe foi atribuído mais tarde.

As suas histórias e piadas pertencem ao povo turco e ao mundo na medida em que ultrapassaram as fronteiras. Como já contei, a minha avó materna, uma campeã de histórias contou-me algumas quando eu era menino que, afinal eram do Hodja.

A utilidade destas histórias, pequenas, simples, aparentemente ingénuas, mas sábias são um contributo para a resolução de dilemas.

O Prof. Fuat Koprulu, importante historiador da literatura turca e ministro dos Negócios Estrangeiros, declarou que o presidente do EUA, Woodrow Wilson, de 1913 a 1921 gostava muito de uma história de Hodja e contava-a frequentemente com entusiasmo aos jornalistas.

No final da 1ª G.G., o Presidente Wilson apresentou os seus Catorze Pontos para o mundo que ficaram conhecidos como “Princípios de Wilson” que nunca foram cumpridos.

Sentindo-se desanimado, o presidente contava a seguinte história de Hodja:

- Numa noite de Verão, Hodja vai para o seu jardim, levanta a tampa do poço, olha lá para dentro e assusta-se ao ver a lua lá no fundo. Incomodado por a lua ter caído lá em baixo vai buscar uma corda na ponta da qual amarra um gancho de ferro e atira-a para o poço na esperança de voltar a colocar a lua no seu lugar. Começa a puxar a corda, faz força, mas o gancho fica preso. Ele faz mais força, o gancho solta-se e o Hodja cai para trás de costas – olha para o céu e vê que a lua está no sítio onde pertence e diz para si mesmo: “Bem, eu caí e magoei-me nas costas mas pelo menos tirei a lua do poço e coloquei-a novamente no lugar”.

Enquanto Hodja tentava repor a lua no céu, o presidente Wilson tinha apresentado vários princípios para salvar a paz mas o seu idealismo não estava em consonância com a realidade permanente, tal como a lua permanecia no seu lugar no céu. Portanto, nada foi salvo.

A história de Hodja resolveu um problema relativamente à maneira de ser de Wilson.


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