HODJA
Terá
nascido no Séc. XIII numa pequena cidade chamada Aksehir, localizada no centro
da Turqui a. Numa outra versão diz-se
que foi contemporâneo do grande Tamerlão quando este invadiu a Anatólia no Sec.
XV, tendo nascido em Sivrihisar, cidade famosa pelo senso de humor da sua
população.
Verdade, é que o Festival
Internacional de Nasreddin Hodja tem lugar em Aksehir, todos os anos de 5 a 10 de Julho, com a presença
de artistas turcos que usam a figura de Hodja em peças de teatro, músicas,
filmes, desenhos animados e pinturas.
Hodja era um homem de grande
inteligência, um filósofo, com um enorme sentido de humor e as suas histórias
ouvidas pelas crianças ao longo das gerações fazem parte da cultura turca
contribuindo para o desenvolvimento de uma mentalidade crítica entre o seu
povo.
Era um grande observador do ser
humano nos seus aspectos quotidianos e usava essa observação para satirizas as
situações do dia-a-dia fazendo com que as pessoas dessem por isso.
Nasr-ed-Din significa “Vitória da Fé”
e Hodja significa “Mestre” ou “Professor” título que lhe foi atribuído mais
tarde.
As suas histórias e piadas pertencem
ao povo turco e ao mundo na medida em que ultrapassaram as fronteiras. Como já
contei, a minha avó materna, uma campeã de histórias contou-me algumas quando
eu era menino que, afinal eram do Hodja.
A utilidade destas histórias,
pequenas, simples, aparentemente ingénuas, mas sábias são um contributo para a
resolução de dilemas.
O Prof. Fuat Koprulu, importante
historiador da literatura turca e ministro dos Negócios Estrangeiros, declarou
que o presidente do EUA, Woodrow Wilson, de 1913 a 1921 gostava muito de
uma história de Hodja e contava-a frequentemente com entusiasmo aos
jornalistas.
No final da 1ª G.G., o Presidente
Wilson apresentou os seus Catorze Pontos para o mundo que ficaram conhecidos
como “Princípios de Wilson” que nunca foram cumpridos.
Sentindo-se desanimado, o presidente
contava a seguinte história de Hodja:
- Numa noite de Verão, Hodja vai para o seu jardim, levanta a tampa
do poço, olha lá para dentro e assusta-se ao ver a lua lá no fundo. Incomodado
por a lua ter caído lá em baixo vai buscar uma corda na ponta da qual amarra um
gancho de ferro e atira-a para o poço na esperança de voltar a colocar a lua no
seu lugar. Começa a puxar a corda, faz força, mas o gancho fica preso. Ele faz
mais força, o gancho solta-se e o Hodja cai para trás de costas – olha para o
céu e vê que a lua está no sítio onde pertence e diz para si mesmo: “Bem, eu
caí e magoei-me nas costas mas pelo menos tirei a lua do poço e coloquei-a
novamente no lugar”.
Enquanto Hodja tentava repor a lua no céu, o presidente Wilson
tinha apresentado vários princípios para salvar a paz mas o seu idealismo não
estava em consonância com a realidade permanente, tal como a lua permanecia no
seu lugar no céu. Portanto, nada foi salvo.
A história de Hodja resolveu um
problema relativamente à maneira de ser de Wilson.
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