domingo, março 08, 2015

Largo do Seminário
HOJE É

DOMINGO

(Na minha cidade de Santarém em 8/3/15)












Quo Vadis, Domine?

Aonde vais, senhor? - Aonde vais, país? - Aonde vais, mundo?

Fiquemo-nos pelo país, pois o mundo pouco ou nada é da nossa responsabilidade e a pergunta surge com toda a oportunidade a partir do que vai acontecendo ao 1º Ministro, que pretende ser novamente reeleito com maioria absoluta, e do que vamos também vendo e ouvindo na Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o BES, GES e PT. á volta de personalidades que até há relativamente pouco tempo eram referências de qualidade e competência do país: Ricardo Salgado, Zeinal Bava e Henrique Granadeiro.

Se quisermos pensar para além do pormenor dos factos, da espuma das ondas, como também se pode dizer no sentido metafórico, chegamos à conclusão de que nestes casos não se trata tanto de uma questão de competência, inteligência ou falta dela, de todas estas influentes personalidades.

Não, em todas elas é uma questão de falta de carácter, de desonestidade intelectual e não só e de incoerência para com o país que eles deviam respeitar e servir, a ele e aos portugueses.

Se estes aspectos de carácter falham nas pessoas que gerem a sociedade em que vivemos, quer a nível político quer económico, bem podemos temer pelo nosso futuro.

Passos Coelho entrou na escola da política como “jotinha” e pelas suas características foi escolhido para chefe do partido e do governo.

Seguindo-se à banca-rota do Sócrates, passou a imagem que o havia de conduzir à vitória, de uma pessoa de rigor nos gastos, seriedade de processos, sacrifícios para todos que é sempre sinónimo de sacrifícios para os mais pobres para podermos recuperar do descalabro.

Para desempenhar este papel apresentou-se como virgem impoluta, sem vícios nem pecados para poder coincidir com o seu discurso moralista e implacável sobre os sacrifícios a pedir ao povo.

Chefe de família remediado, vivendo em Massamá, podia bem apresentar-se como cidadão exemplar, regrado nos gastos, sinceramente preocupado com o equilíbrio das contas do país.

Mas, afinal, este não era o seu carácter. Desleixado nos pagamentos das suas obrigações ao Estado e muito pouco exigente na qualidade dos seus empregos ao ponto do seu patrão afirmar que o “Pedro era bom para abrir portas”.

Estamos, pois, entendidos quanto às questões de carácter de Passos Coelho.

Quanto aos restantes nomes a desilusão é igual: um grupo de homens que pertenciam a uma família de apelido Espírito Santo, porque o progenitor era filho de pai incógnito, e que debaixo do mando do chefe do clã, Ricardo Espírito Santo, que estabeleceu uma hierarquia ilusória com uma distribuição de cargos para inglês ver e servia para esconder o seu poder de decisão sobre tudo e sobre todos num autêntico império que se revelaria ser apenas de cartas.

Respeitar e obedecer ao chefe Ricardo era a única verdade no meio de tudo isto sendo o resto os milhões que lhes iam caindo nas contas.

Zeinal Bava e Henrique Granadeiro não fugiam ao esquema. Todos eles eram apenas peças de uma máquina de poder único e pessoal que geria o império, chamado Ricardo Salgado.

Sempre as questões de carácter, na política e na economia, que são, afinal, o que há de mais importante.

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