quarta-feira, março 11, 2015

Não façam barulho, não incomodem o governo e o país.
Não Façam 


Barulho...













Com o pensamento nas críticas de que tem sido alvo Passos Coelho por causa do seu passado contributivo à Segurança Social, desconhecimento da Lei e poucos escrúpulos na escolha que fez dos seus empregos e que levou, até, o seu patrão a dizer que ele era bom “para abrir portas”, vem agora Miguel Poiares Maduro, académico a estudar em Itália, que o 1º Ministro foi buscar para Ministro Adjunto do Desenvolvimento Regional, a escrever:

 - “O ruído, o barulho, todas essas circunstâncias, todos os casos políticos que surgem nunca são bons para o governo, nunca são bons para o país”.

Estas palavras constituem uma crítica explícita a todos quantos têm feito considerações negativas ao 1º Ministro porque, ao fazerem-nas, estão a prejudicar o governo e o país.

Mal “acomparado” é como os pais que ralham com os filhos quando eles fazem asneiras e depois são censurados porque incomodaram a vizinhança.

Ou seja, as crianças que fizeram as maldades saem ilibadas, não se fala nelas, mas os pais que as reprovaram e repreenderam na tentativa de as educarem, esses, são condenados porque fizeram barulho e ruído.

Eu acho graça porque não há membro do governo que não funcione como advogado oficioso sempre que alguém, neste caso a oposição e não só, critica Passos Coelho. 

Imediatamente saltam para a pista desculpando-o, justificando-o ou desviando as responsabilidades do sucedido para outros, como foi o caso do Ministro da lambreta – foi só nos primeiros tempos – que descarregou para cima dos funcionários do seu Ministério a culpa da ocorrência porque não avisaram Passos Coelho da dívida que tinha de pagar.

É a inabilidade, a cegueira total, evidência da falta de carácter que prolifera no meio de tudo isto.

Eu entrei para funcionário da Segurança Social em 1968 e recordo ter feito, então, uma Informação para o Presidente da Direcção da Caixa de Previdência de Santarém - era assim que se chamava à época - relativamente a um eventual pagamento de contribuições dos trabalhadores das salinas de Rio Maior.

Essa actividade, tal como era desenvolvida, não reunia as características para que fosse objecto de pagamento das contribuições pelo que não deviam ser pedidas.

O Estado não pode nem deve aceitar o pagamento do que, por lei, não lhe é devido. As contribuições para o Estado, neste caso para a Segurança Social, não podem ser opcionais, uma espécie de negócio em que vale a pena pagar ou não vale a pena pagar.

O principio que rege o pagamento das contribuições para a Segurança Social é o da repartição em que uns pagam para outros, os activos para os não activos num espírito de solidariedade.

Eu sabia isto aos vinte e poucos anos como Chefe de Secção mas Passos Coelho, mais velho, político, parlamentar, desconhecia.

... Mas não digam nada, não façam ruído nem barulho, não incomodem o governo nem o país...

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