terça-feira, março 31, 2015

O novo líder madeirense
Eleições na Madeira











As eleições madeirenses têm a ver com a Madeira que é uma realidade específica criada por Alberto João Jardim ao longo de quase 40 anos e a tornou uma coisa sua.

Sendo a ilha um meio relativamente pequeno, foi possível meter dentro da máquina governamental, autárquica e do partido que o suporta a quase totalidade das “forças vivas” da ilha numa teia de interesses que unia as pessoas à volta do líder que assegurava empregos, contractos, negócios, tudo de uma forma populista e demagógica.

Acabou contestado internamente porque de fora poucos ficaram e foi exactamente um dos que dentro do partido o criticava e se tornou seu adversário que lhe sucedeu no poder.

Causa admiração que tenha sido assim depois da saída de cena de quem era o que “mandava naquilo tudo”, Alberto João Jardim?

 - Não causa admiração nenhuma porque a máquina dos empregos continua lá, é a mesma, e ninguém a quer afrontar. Por isso há que continuar a votar PSD.

Agora, daqui para diante, com o novo líder Miguel Albuquerque, pessoa muito diferente do que era Jardim, as coisas irão mudar gradualmente, principalmente na forma e no estilo.

Na essência, a margem para mudar é muito pequena porque, tal como no “contnente”, como eles falam, a Região está afogada em dívidas e sem dinheiro para gastar o que sobra é para pagar dívidas.

Mas as questões de forma também são importantes e aquele senhor Jardim chegava a ser indecoroso em palavras e comportamentos a fazer lembrar os líderes das repúblicas das bananas, já fora do tempo e principalmente do espaço europeu.

Acredito que a sociedade madeirense se vai abrir um pouco para um regime mais aberto e menos personalizado dando lugar ao aparecimento de novas personalidades a disputar o espaço do PSD.

O “meu” PS estampou-se violentamente com uns miseráveis 11,41%, em 3º lugar, ele que aspirava a 30% e a minha vontade foi dizer, em silêncio, “bem feito”.

O partido socialista não esteve à altura dos seus pergaminhos e do respeito que deve demonstrar por si próprio. Tentar conseguir votos com alianças espúrias só o desprestigia.

A aliança com o Sr. Coelho, que ao longo dos anos foi fazendo um pouco de tudo como intervenção política para chamar a atenção da televisão, deve ter caído muito mal nos socialistas, pelo menos em grande parte deles.

Logo após o resultado, o jovem líder Victor Freitas demitiu-se reconhecendo a derrota, não sabemos se também o erro da coligação que fez. Os fins nunca podem justificar os processos e os votos não devem ser tudo.

António Costa, que só entrou de raspão na campanha, alheou-se dos resultados mandando dizer e mais tarde dizendo, que a Madeira não tem nada a ver com outra coisa que não seja a Madeira e ponto final, tanto mais que o jovem líder derrotado pertencia às hostes de um outro derrotado que foi adversário de António Costa, o António José Seguro.

O PSD, aí está a cavalgar esta mais que esperada vitória com o senão de que o vencedor da Madeira nem quis no território a fazer campanha ao seu lado o líder do partido Passos Coelho pelo que deviam era estarem caladinhos... mas aquela já mais que estafada história do "despesismo do PS" tem que vir sempre à baila, a propósito ou a despropósito, como foi neste caso.


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