quinta-feira, março 12, 2015

Os culpados da crise...
Os 

Culpados














Já se sabia que, para além dos nossos próprios pecados, éramos vítimas da Alemanha na crise e sacrifícios porque quase todos nós passamos.

Por isto, por aquilo, com esta ou aquela justificação, desequilibrámos fortemente os orçamentos de Estado, aumentámos a dívida do país e perdemos a credibilidade junto daqueles que nos emprestavam o dinheiro e chegámos ao limiar da banca-rota. Esta é a verdade.

A seguir, inevitavelmente, foram só desgraças tuteladas por um chefe de Governo, jovem teimoso, inexperiente, apologista dos sacrifícios retemperadores dos erros cometidos pelos cidadãos e que foi objecto da maior manifestação silenciosa de protesto que este país já viu.

Quando precisámos de alguém que nos compreendesse na dor, saíu-nos um tipo arrogante e convencido que de forma displicente mandou os nossos jovens sair da zona de conforto e ir arranjar trabalho para fora do país.

O outro, é a Alemanha, para mal da Europa, é novamente a Alemanha, quem havia de ser?...

Todos os analistas convergem nesta conclusão, que nada tem a ver com a necessidade lógica e racional de vivermos dentro de Orçamentos equilibrados.

Contudo, há aqui interesses escondidos, que não se coadunam com os sacrifícios impostos aos mais fracos.

Um Orçamento é como uma balança, tem dois pratos e o equilíbrio tanto pode resultar da descida do prato mais alto como da subida do mais baixo.

A Alemanha que manda na Europa, espera-se que no futuro mande um pouco menos, impôs reduções drásticas nos Orçamentos dos países independentemente das suas fragilidades e quando era indispensável ajudar as economias a produzir riqueza para ajudar no outro prato da balança, a Alemanha recusa sair do seu caminho de poupança e continua a ter um enorme excedente de liquidez sem que tal se traduza em despesa pública que gera emprego e aumento de consumo ou seja, estímulo à economia.

O Sr. Junkers vai fazendo o que pode da parte da expansão monetária mas, por si só, sem investimento não pode resolver o problema da economia europeia.

E, no entanto, tudo parece favorável: preço do combustível baixo, taxas de juro praticamente inexistentes, inflacção negativa, o euro a desvalorizar-se face ao dólar... e a Alemanha, ciosa do seu dinheiro, apesar de possuir estruturas fracas a precisarem de investimento, mantém-se na retranca, como se dizia no meu tempo de rapaz.

Quem vem agora reforçar estas acusações é o Sr. Ewin Cameron, Director Geral do Instituto de Investimento BlackRock, naturalmente especialista nestas coisas da macro-economia, que diz que a Alemanha “só quer poupara à custa dos outros países” e assim, "a taxa de crescimento da Europa, na melhor das hipóteses, será de 2,5 a 3%, o que é muito pouco para ajudar as economias dos países mais débeis como o nosso".

Com a economia europeia estagnada podemos, definitivamente, começar a pensar no pior... porque a Europa não é o Japão. Quem o afirma é Luís Amado, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros.

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