sexta-feira, abril 24, 2015

De quem é a vantagem?
                                                                                                                                     







Acabou um discurso, vai começar a discussão.
Finalmente, António Costa que nada dizia para gáudio da Coligação, apresentou um conjunto de medidas, pensadas, estudadas e elaboradas por uma equipa de técnicos que vão inspirar o programa de governo do Partido Socialista, na disputa eleitoral para ganhar o poder nas próximas eleições legislativas.
À primeira vista, poder-se-ia julgar que o Partido Socialista estaria numa posição mais cómoda, alturas houve até em que a maioria absoluta parecia estar perfeitamente ao seu alcance mas a substituição de Seguro por Costa não produziu os ganhos que se previam perante a vitória esmagadora deste último.
Vitória esmagadora dentro do Partido cujos sócios e simpatizantes, que sempre votariam PS, deram uma preferência nítida a António Costa sem que essa escolha tivesse passado para a sociedade portuguesa.
E o Partido Socialista, agora com Costa na liderança, marca passo nas sondagens – grande farol orientador – e faz com que Passos Coelho, o político que estaria destinado a levar uma tareia nas eleições, a pedir, também ele, a maioria absoluta.
 Pergunta-se, então, afinal à partida de quem é a vantagem?
- De Passos Coelho, que fez da política da Troyka a sua própria política e aplicou a austeridade através  de um conjunto de cortes cegos em salários, pensões, apoios sociais e diminuição de verbas na Educação, Saúde e Justiça...
Ou
- De António Costa que passou à margem de todo este processo como um brilhante Presidente da Câmara de Lisboa e nem sequer foi responsável pela oposição à frente do seu Partido?
Os portugueses são um povo diferente e especial pelo seu passado e pela sua história que lhes foi dizendo, ao longo dos séculos, que mesmo quando faziam coisas brilhantes como a de terem participado nos Descobrimentos, o mérito não devia ser deles porque as recompensas foram para outros.
 Deles, verdadeiramente, apenas a fome e as dificuldades sem esperança como aquela que lhes foi servida por Passos Coelho, dificuldades que eles tão bem conhecem lá das profundidades das suas vidas colectivas.
Com Passos Coelho foi o reencontro com o passado, o remoto e o recente com Salazar que nos ensinou a ser pobres mas felizes e conformados como a fatalidade de um destino.
 Não, o povo não vai cair nos braços de António Costa, a vantagem é de Passos Coelho. Quem manejar o chicote neste país leva sempre vantagem...
Quando alguém lhes quis oferecer projectos de vida num futuro cor-de-rosa acabou na prisão de Évora preso preventivamente por suspeitas de corrupção...
Um outro afundou-se na lama, foi trabalhar para a ONU e fez votos de não mais cá voltar.

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