domingo, abril 12, 2015

Largo do Seminário
Hoje é Domingo

(Na minha cidade de Santarém em 12/4/15)















Tenho estado sempre convencido que na defesa dos interesses da direita que governa em Portugal, PSD e CDS, avançarão para as próximas eleições legislativas de Outubro, coligados, tal como têm estado no governo desde 2011.

Tenho estado e continuo a estar convencido de que é assim que vai acontecer.

Ambos são partidos de poder, têm essa tradição desde a revolução de 1974 e isso cria hábitos, vícios e clientelas que são, na verdade, a fraqueza e a força dos partidos ao mesmo tempo.

Portanto, o grande objectivo destes partidos é conquistarem o poder se estiverem fora dele, manterem-no se lá estiverem e tendo em vista este objectivo, as sondagens são uma espécie de farol orientador das decisões.

Olhando para o passado da democracia portuguesa o que se vê é o PSD, que começou por ser de Sá Carneiro e é agora de Passos Coelho – que longo caminho... – teve duas formas de chegar ao poder: sozinho ou em coligação com o CDS, enquanto este, foi poder coligado ao PSD e ao PS.

Os dois maiores partidos portugueses não se coligam enquanto o CDS, que sozinho não tem nenhuma hipótese de ser poder, se liga a um e a outro o que tem feito dele um partido da governação, o chamado partido charneira.

Neste momento, a seis meses das eleições o que se faz são cálculos a partir das sondagens.

Se Passos Coelho perder as eleições contra António Costa regressa à oposição e perde grande parte dos lugares do poder mas Paulo Portas, mesmo perdendo, sempre poderá, a partir do conhecido “jogo de rins” do seu líder num entendimento futuro com o PS, sem maioria absoluta, salvar alguns lugarzitos...

Assim, as Direcções do PSD e do CDS, lutam, uma para aumentar o seu poder na coligação na base de 1 para 6, o CDS para manter o que vem de trás: 1 para 4.

Acredito que a tentação de Passos Coelho seja a de desafiar sozinho António Costa face às “maravilhas” da recuperação económica, das taxas de juro dos empréstimos, as últimas a 2 anos já negativas, dos cofres cheios de dinheiro, etc... mesmo quando tudo isso é de natureza conjuntural e fundamentalmente da acção do BCE..., mas ele também sabe que no momento do voto vão falar as maldadezinhas que ele fez ao longo dos últimos anos enquanto governo e é óbvio que percebe o risco.

Tudo indica que os votos separados dos dois partidos são inferiores aos que obtêm juntos em coligação, para além de que seria penosa uma campanha em que, fatalmente teriam de dizer mal um do outro e de um passado recente na busca dos votos.

Não, o PS de António Costa não terá essa sorte... Salvam-se as Ilhas em que cada um irá por si.

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