terça-feira, abril 14, 2015

Os Sem


 Religião














Não era preciso mas se houvesse dúvidas os resultados apresentados no Relatório da Agência Pew Research Center sobre religiões  e a sua evolução no futuro, confirmam que elas constituem para a humanidade uma fatalidade a que não podemos fugir.

Factores de ruptura e de ódio desde sempre ligados a guerras inúteis, as religiões constituem um mal colateral de um bem que se terá mostrado indispensável à sobrevivência da espécie.

Acreditar foi necessário para diminuir os riscos da vida cheia de perigos que esperavam os nossos antepassados desde que nasciam.

Só a experiência e os ensinamentos dos progenitores quanto aos cuidados a observar na relação dos jovens com a natureza que os rodeava lhes poderiam conceder oportunidades para sobreviverem, pelo menos até à idade de, por sua vez, procriarem eles também.

Esse número de descendentes salvos por seguirem os conselhos dos pais e dos mais velhos, terá feito a diferença numa espécie que vivia nos limites da extinção, como aconteceu a quando da explosão do vulcão Toba, há 75.000 anos, a maior catástrofe natural a que a humanidade assistiu e esteve prestes a exterminá-la.

Era pois indispensável acreditar naquilo que os maiores nos diziam, olhos nos olhos, dedos da mão em riste, voz de comando, de tal maneira que o cérebro humano desenvolveu dentro dele o “espaço da fé ou do acreditar”.

Foi este mecanismo de hardware que uma vez instalado assegurou a obediência a que tantas vezes ficámos devendo a vida mas com a “porta aberta” para deixar passar toda a espécie de disparates como, por exemplo, se cortássemos a cabeça a uma cabra a chuva iria cair e fazer nascer a erva de que tanto precisávamos.

Ficou assim, à responsabilidade de cada um estabelecer a diferença entre os bons conselhos e os maus conselhos sendo que, o mais fácil era acreditar em tudo.

Mas se o homem foi dotado com esse mecanismo do acreditar sem discutir, sem pôr em dúvida, acreditar cegamente, foi também dotado de um cérebro que desenvolveu aptidões de inteligência que vieram a revelar-se a grande arma para se destacar dos restantes animais e talvez, um dia, procurar novos mundos fora do planeta que o viu nascer.

A inteligência e a razão, o raciocínio lógico e a dúvida metódica, conduziram à ciência e através dela os homens vieram a libertar-se das convicções dogmáticas que durante séculos e ainda hoje funcionam como obstáculos à inteligência.

Mesmo acreditando nas previsões do relatório do Pew Research Center que apontam para que o peso dos Sem Religião irá passar no futuro dos actuais 16 para 13% a influência negativa da fé não mais voltará a ser como foi no passado.

Os caminhos abertos pela Ciência, divulgados pelo ensino generalizado, são irreversíveis e as crenças dentro das religiões perderam força e tornaram-se menos perigosas.

E quanto à bondade das pessoas religiosas, à sua moral e ética que foram apresentados como apanágio dos religiosos a desmistificação há muito que está feita.

A moral é universal, anterior às religiões e está fora delas como já se comprovou em estudos e análises feitas a muitas sociedades diferentes.

O homem é bom ou mau independentemente de ser religioso ou não. Se o for torna-se, apenas, potencialmente,  mais perigoso.

O genocídio dos arménios por motivos religiosos é reconhecido como tal pelo Parlamento Europeu, Conselho da Europa e 22 Estados a nível mundial.

Estima-se que um milhão e meio de pessoas tenham perdido a vida até ao início dos anos 20, no período de transição entre o fim do império Otomano e o estabelecimento da Turquia, o Estado que lhe sucedeu.

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