segunda-feira, maio 11, 2015

António Costa

















O Director Adjunto do Expresso na Edição de 25 de Abril acusou a política do PS de falta de coragem, em princípio por ter recorrido à colaboração de economistas independentes para definir um programa macro-económico para os próximos anos do partido e ter deixado  Sampaio da Nóvoa ir sozinho para a candidatura a Presidente numa atitude de "esperar para ver..."

António Costa sentiu-se atingido e enviou um sms ao jornalista perguntando-lhe “quem ele se julga para se arrogar a legitimidade de julgar quem não conhece...”

A humildade inteligente e democrática parece não ser o forte dos nossos políticos que reagem muito ao sabor da sua cultura latina.

No geral tenho uma boa opinião do líder do Partido Socialista e não vejo como não votar nele nas próximas eleições em Outubro mas, se o Vice – Director do Expresso, no exercício da sua profissão de jornalista, comentador da política nacional, considera que a política do PS, da responsabilidade de António Costa, é “cobarde” percebe-se, no sentido de que não é “corajosa”, “aventureira”, está no seu direito, é o seu trabalho.

António Costa reagiu de sangue quente e surpreendeu-me negativamente da mesma forma que já me tinha surpreendido quando invectivou uma jornalista que o abordou inesperadamente no espaço público sem sair de trás de nenhum automóvel como ele a acusou.

É evidente que há políticas “cobardes” da mesma forma que há políticas “corajosas” e outras até “aventureiras” e para as julgar lá estão os cidadãos que são os seus destinatários e os jornalistas e analistas da especialidade que tecem sobre elas comentários.

António Costa, melhor que ninguém, sabe isto e não devia confundir “políticas cobardes” com “pessoas cobardes”. Ele nasceu na política dentro do PS e eu admiro-me muito esta sensibilidade à flor da pele revelada por alguém já tão calejado.

Foi uma reacção infeliz num dia infeliz de um político que está agora a passar pelo teste máximo da sua carreira. 

Poder-se-ia pensar que depois do desastre que foi o mandato de Passos Coelho esta campanha e estas eleições fossem para ele um passeio idêntico ao que foi para  o seu camarada Sócrates, depois da experiência falhada de Pedro Santana Lopes tendo arrancado, então, uma maioria absoluta. Ao contrário, é um caminho armadilhado e uma dessas armadilhas "mora" em Évora.

António Costa não pode ter demonstrações de nervosismo, reacções que o fragilizam.  Tem que fazer uso da sua calma natural, do seu tom grave e pousado e explicar o seu pensamento político e as suas opções com a paciência evangélica dos crentes, que ele felizmente não é, e submeter-se às críticas com a humildade inteligente dos políticos de qualidade.

Saí de minha casa e fui dar-lhe o meu voto para o pôr no lugar de Seguro por não ter dúvidas da sua superioridade como político e até à data não estou arrependido, simplesmente há dias e momentos infelizes... acontece.

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