O
Director Adjunto do Expresso na Edição de 25 de Abril acusou a política do PS
de falta de coragem, em princípio por ter recorrido à colaboração de
economistas independentes para definir um programa macro-económico para os próximos
anos do partido e ter deixado Sampaio da Nóvoa ir sozinho para a candidatura a
Presidente numa atitude de "esperar para ver..."
António
Costa sentiu-se atingido e enviou um sms ao jornalista perguntando-lhe “quem
ele se julga para se arrogar a legitimidade de julgar quem não conhece...”
A
humildade inteligente e democrática parece não ser o forte dos nossos políticos
que reagem muito ao sabor da sua cultura latina.
No
geral tenho uma boa opinião do líder do Partido Socialista e não vejo como não
votar nele nas próximas eleições em Outubro mas, se o Vice – Director do
Expresso, no exercício da sua profissão de jornalista, comentador da política
nacional, considera que a política do PS, da responsabilidade de António Costa,
é “cobarde” percebe-se, no sentido de que não é “corajosa”, “aventureira”, está
no seu direito, é o seu trabalho.
António
Costa reagiu de sangue quente e surpreendeu-me negativamente da mesma forma que
já me tinha surpreendido quando invectivou uma jornalista que o abordou
inesperadamente no espaço público sem sair de trás de nenhum automóvel como ele
a acusou.
É
evidente que há políticas “cobardes” da mesma forma que há políticas “corajosas”
e outras até “aventureiras” e para as julgar lá estão os cidadãos que são os
seus destinatários e os jornalistas e analistas da especialidade que tecem
sobre elas comentários.
António
Costa, melhor que ninguém, sabe isto e não devia confundir “políticas cobardes”
com “pessoas cobardes”. Ele nasceu na política dentro do PS e eu admiro-me
muito esta sensibilidade à flor da pele revelada por alguém já tão calejado.
Foi
uma reacção infeliz num dia infeliz de um político que está agora a passar pelo
teste máximo da sua carreira.
Poder-se-ia pensar que depois do desastre que foi
o mandato de Passos Coelho esta campanha e estas eleições fossem para ele um passeio idêntico
ao que foi para o seu camarada Sócrates, depois da experiência falhada de
Pedro Santana Lopes tendo arrancado, então, uma maioria absoluta. Ao contrário, é um caminho armadilhado e uma dessas armadilhas "mora" em Évora.
António
Costa não pode ter demonstrações de nervosismo, reacções que o fragilizam. Tem que fazer uso da sua calma natural, do seu tom grave e pousado e explicar o
seu pensamento político e as suas opções com a paciência evangélica dos crentes,
que ele felizmente não é, e submeter-se às críticas com a humildade inteligente
dos políticos de qualidade.
Saí
de minha casa e fui dar-lhe o meu voto para o pôr no lugar de Seguro por não
ter dúvidas da sua superioridade como político e até à data não estou
arrependido, simplesmente há dias e momentos infelizes... acontece.
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