O que a gente aprende viajando em transportes públicos. Hoje mesmo, no comboio regional de Santarém – Lisboa, dizia uma senhora sentada ao meu lado para a amiga.
- “O que ele tem é um trauma e à noite a
mulher não deixa. Levanta-se zangado e ralha com toda a gente, jogadores,
dirigentes de outros clubes e treinador.”
Tal
como eu, ela era sportinguista e referia-se ao Presidente Bruno de Carvalho a
quem eu me limito a chamar de “Diabo das
Tasmânia” porque logo ao nascer briga com os irmãos e não fazem outra coisa
durante a vida que não seja brigar.
Mas
as mulheres têm uma capacidade especial para intuir a origem dos comportamentos
quando se trata de homens. Esta mulher, que já era avó, acumulava uma experiência
que só uma vida de relações dá e permite descobrir razões que aos outros homens
escapam completamente.
Em
Bruno de Carvalho o que eu via e vejo é um desejo de protagonismo, uma sede de
poder com que ele sempre sonhou e que finalmente se concretizou quando o
Sporting estava à beira da falência.
Saltou
da bancada da Juvé - Leo para o banco do treinador, equi pa
técnica e jogadores suplentes na qualidade de Presidente do Clube. No fim dos
jogos entra nas quatro linhas e vai agradecer à massa associativa para que não
corra o risco de passar despercebido.
Vibra
com os resultados como qualquer sócio apaixonado e reage com o coração ao pé da
boca destabilizando o Clube como aconteceu este ano quando o Sporting foi
perder a Guimarães.
A
minha companheira de viagem inclina-se para um trauma não satisfeito na origem
daquele comportamento sempre mal disposto e implicativo como se a rivalidade
desportiva tivesse que viver necessariamente de acusações e suspeitas
permanentes relativamente aos outros agentes desportivos.
Talvez
num Clube da 3ª Divisão ou dos Regionais em que no fim dos jogos Presidente,
restante Direcção e sócios vão todos comer um pastelinho de bacalhau e beber
uma cervejinha, o Bruno de Carvalho tivesse o comportamento adequado e em
conformidade, mas no meu Sporting não.
Mais de 100 anos de existência, com 14 anos de
hegemonia no futebol nacional, desde sempre considerado um dos 3 Grandes,
merecia um Presidente com outro perfil. Já tínhamos tido a nossa dose com o “bigodes”
e as “garras do leão” que depois fugiu
para Angola...
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