segunda-feira, maio 25, 2015

Corneteiro de Afonso Henriques. Viram-no por aí?
A HISTÓRIA DO 

CORNETEIRO
(versão brasileira)













D. Afonso Henriques tornou-se conde com a morte do pai, Henrique de Borgonha. A pedido dos reis espanhóis enfrentou os mouro (árabes que se fixaram na Península Ibérica conquistada em 743) e, brilhantemente os venceu, na batalha final de Ourique em 1139.



Surpreendentemente, após a vitória militar, Afonso Henriques não entregou as terras conquistadas aos aliados de Espanha, ao contrário, declarou aquelas terras um reino e ele mesmo seu rei. Estava fundando um novo país - Portugal.

Conta-se que nesses primeiros tempos incertos, Afonso Henriques permitia que seus soldados saqueassem o exército vencido, ou a cidade moura conquistada. Mas era na ordem, sem bagunça.

Funcionava assim; Encerrada a batalha, um corneteiro oficial tocava sua corneta e a partir desse toque, e só então, era permitido o saque (e estupro pois essas coisas caminham juntas). Quando o mesmo corneteiro soasse o instrumento pela segunda vez, estava encerrada a permissão pra saquear e a ordem readmitida. Roubo e estupro voltavam a ser crimes.

Consta que, numa das principais batalhas da reconquista, o corneteiro tocou o sinal para iniciar o saque, mas, provavelmente por estar ferido, morreu durante a ação e não executou o sinal para encerrar a bandidagem.

O Brasil, como todos sabem, foi colonizado pelo país que Afonso Henriques inventou. Somos, em boa parte, a extensão da cultura e do jeito português de ver a vida, o mundo e a si mesmos.

O saque, de certa forma, transferiu-se para cá.

Aqui se travestiu de corrupção se institucionalizou nas fissuras de nossa cultura. Nos orgulhamos de ser o país do “jeitinho” e todos ainda esperam pelo corneteiro.


A culpa não é nossa, cadê o segundo toque?

Exigimos dos outros ouvidos apurados, enquanto o nosso é surdo como o corneteiro morto. O errado é perdoado desde que não seja descoberto.

É preciso reeducar nossa tropa, para que juntos, possamos soprar, dentro de nós, aquela maldita corneta.

Prof. Péricles






A História do Corneteiro
(versão portuguesa)



Nos primeiros tempos da fundação da nacionalidade - tempo do nosso rei D. Afonso Henriques - no fim de uma batalha o exército vencedor tinha direito ao saque sobre os vencidos.

(Saque - s. m. : acto de saquear. Roubo público legitimado).

Pois bem, após uma dessas batalhas, ganha pelo 1º Rei de Portugal, o seu corneteiro lá tocou para dar "início ao saque" a que as tropas tinham direito e que só terminaria quando o mesmo corneteiro desse o toque para pôr “fim ao saque”.

Mas, fruto de alguma maleita ou ferimento, o dito corneteiro finou-se, antes de conseguir tocar o "fim ao saque" e, até hoje, ninguém voltou a tocar, anunciando o fim do saque.

Afinal a culpa é mesmo do corneteiro!...


Não haverá por aí alguém que conheça o toque ?




Nota

- As  versões portuguesa e brasileira coincidem. O saque é "um roubo público legítimo" satisfeitas 3 condições:

1ª - Que se tenha entrado na batalha;

2ª - Òbviamente, que se tenha ganho;

3º - Que se aguarde o início do toque "a saque".

Uma vez iniciado o saque é da responsabilidade do corneteiro voltar a tocar a "fim de saque" simplesmente, para poderem saquear descansados, os saqueadores tinham a preocupação de saquearem a corneta do corneteiro ficando este, assim, impedido de pôr termo à parte mais gostosa da batalha até porque, uma boa parte dos soldados eram mercenários e os príncipes pagavam pouco e tarde. 

Na realidade, hoje em dia, nenhuma destas condições se verifica apenas o saque sobrevive em todo o seu esplendor.

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