sábado, maio 16, 2015

Imagem de marca de Fátima: tristeza e humilhação
Fátima

A enganar pessoas 

desde 1917













Há dois dias atrás, no último dia 13 de Maio, a Televisão voltou a inundar-nos com as imagens das peregrinações a Fátima desta vez agravadas com a morte por atropelamento de cinco peregrinos.

Vi de relance, com tristeza, crentes a arrastarem-se de joelhos até à Cova da Iria naquela que é a imagem de marca de Fátima.

A hierarquia da Igreja exulta com estas manifestações de fé que constituem a maior garantia de que estão assegurados fiéis e dinheiro, para o Santuário, para a Igreja portuguesa e para a de Roma que, entretanto, já confirmou a visita do Papa Francisco.

Longe vai o ano de 1917 quando Portugal estava sob uma vaga anticlerical da 1ª República mas mesmo assim o país era nessa altura mais dado a misticismos do que é agora.

No 14 de Outubro desse ano escrevia-se no Século Cómico, Suplemento Humorístico do Século:

 - “Conservamos a nossa habitual indiferença, como se a aparição da mãe de Jesus Cristo fosse para nós a coisa mais natural deste mundo. Vimos passar para a charneca centos, talvez milhares de peregrinos, crentes, curiosos, amadores de picnics, vendedores de água fresca e capilé, repórteres e vendedores de vinho a retalho.”

E o que dizer da conversa entre Nossa Senhora e Lúcia, dos três pastorinhos a única que era espertalhuca e vivaça?

- “Quero que façam aqui uma capela em minha honra, que sou a Senhora do Rosário e que continuem a rezar o Terço todos os dias.”

Francisco, o pastorinho mais frágil da saúde definha-se em vida porque deixou de ir à escola por penitência, isolava-se, deixou de comer para sofrer pelos pecados dos outros.

Aproveitando a oportunidade para recuperar da tal vaga anti-clerical imediatamente a Igreja lançou a “Cruzada do Rosário” que consistia em rezar o Terço, comungar ao Domingo, orar pelo sucesso da Cruzada e ter em casa uma Imagem da Nossa Senhora.

Na aldeia dos meus avós, era eu ainda muito jovem, recordo perfeitamente essa Imagem que andava de casa em casa de um grupo de senhoras entre as quais a minha avó e as minhas tias e primas de mais idade.

Foi assim, de acordo com o historiador católico Costa Brochado que começou o Mês de Maria:

“Os ímpios tenham motivos para supor a Igreja derreada mas eis que ela se ergue mais forte e mais bela do que nunca, lançando-se à reconquista da cristandade com a arma singular do Terço.”

Fátima foi, inicialmente, uma acção de propaganda de intelectuais católicos encavalitados na fé do povo ignorante.

Não é preciso ser psicólogo ou vidente para perceber aquilo que Lúcia diz ter visto e ouvido:

 - “Sobretudo aceitar e suportar com submissão o sofrimento que o Senhor nos enviar”- reflexo da forma como aquelas crianças, naquele Portugal viviam a religião:

-  “um Deus que ralha e castiga e exige”.

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