de Hoje
O Bloco de Esquerda com a Mariana Mortágua e a Catarina Martins, assim, de um instante para o outro, com as suas intervenções contundentes e assertivas, “roubaram” 4% das intenções de voto ao PS.
A
Coligação, daqui até às eleições,
será sempre a subir, pouco, mas subir porque os dados da economia e do emprego
vão ajudar e os “rebuçados”, próprios das campanhas eleitorais já aí estão sob
a forma de milhões para clonoscopias e formação profissional e outros virão até
Outubro... nada de verdadeiramente novo.
As
sondagens “chamam” de mentiroso a Passos Coelho 71% (29% para Costa) mas os
portugueses não se importam muito com isso... os políticos sempre foram
mentirosos. Por aí, Passos Coelho, não corre grande perigo, como se vê.
Aquele
programa macro-económico de Mário Centeno não passa facilmente para os votantes
nos discursos do PS e a ideia de ir buscar dinheiro aos descontos dos
trabalhadores para a Segurança Social não foi bem compreendida e assustou o
pessoal.
A
própria Maria do Rosário Gama, Presidente da APRE (Associação dos Aposentados Pensionista
e Reformados) não gostou nada e na qualidade de militante do PS votou contra
ela no programa do partido.
Não
é fácil ser-se da oposição com margens tão estreitas de governação em que o
futuro está mais nas mãos dos outros do que na nossa, enorme campo de
incertezas.
O
despesismo e a banca-rota de Sócrates continuam a ser arma de arremesso e o
homem que continua mantido na prisão, justa ou injustamente, é uma sombra para
António Costa de quem este foi Ministro.
Insidiosamente,
Passos Coelho e a sua equi pa,
continuam a tirar partido desse passado recente e a explorar o medo que os mais
desfavorecidos, velhos e pobres, incluindo os que foram da classe média,
naturalmente sentem por poderem ainda ficar piores com a “tralha socialista”
como lhes chamam.
Passos
Coelho é prático e pragmático, sabe onde é que dói e ao privatizar tudo e mais
alguma coisa, entregando a exploração de empresas públicas de transportes, comandadas por sindicatos poderosos e Conselhos de Administração recheados de ex-políticos
ou de amigos, que se fazem transportar em carros topo de gama pagos, já se vê, com
o dinheiro de todos nós pois, necessariamente, essas empresas dão prejuízo porque
prestam serviço social, sabe que vai ao encontro do descontentamento de muitos utentes, portadores de Passes Pré- Pagos, e que são constantemente atingidos nos seus interesses.
Ah!,
mas então e a reprovação dos eleitores na sondagem ao actual governo, 63% entre
mau e muito mau?
A estes números os homens da equi pa
de Passos Coelho afivelam no rosto um sorriso de humilde e fingida compreensão e explicam que governar um país debaixo da troika, a seguir a uma banca-rota, da
responsabilidade do PS, dificilmente se conseguiria ter feito melhor.
Que esta história está mal contada pouco interessa, a política
é mentirosa e manipulável e para muitos dos que vão votar ela tem resquícios de
verdade e isso é que interessa.
Costa não tem ninguém de verdadeiramente novo, cativante,
atraente e credível na sua equi pe, que dê a cara ou então ainda não apareceram. Mário Centeno como político
dificilmente convence. Só levará atrás de si aqueles que já lá estão e mesmo
esses, como é o caso da presidente da APRE, pessoa influente, foi o que se viu, e Ferro Rodrigues fala como se tivesse a boca cheia de favas a ler papeis perdendo sistematicamente qualquer debate com Passos Coelho na Assembleia da República.
Sem o estatuto e o histórico de Ferro Rodrigues, António Costa teria arranjado melhor.
Sem o estatuto e o histórico de Ferro Rodrigues, António Costa teria arranjado melhor.
O segredo talvez esteja no pós eleições pois não haverá
maiorias absolutas, ganhe quem ganhar, e a grande capacidade de negociação já
comprovada de António Costa é um trunfo dos socialistas.
À esquerda do PS temos, neste momento, 18% de intenções de
voto, enquanto à direita da Coligação temos o Marinho e Pinto que fará alianças
até com o diabo, como ele mesmo admite.
A comunicação do PS tem de melhorar. Alguém com o perfil
adequado tem de perguntar aos eleitores, olhos nos olhos:
- Quem foi o principal
obreiro do Serviço Nacional de Saúde?
- Quem foi o principal
obreiro da escola pública para todos?
- Quem foi o principal
obreiro da Segurança Social?
- Quem criou o Rendimento Mínimo Garantido?
- Quem generalizou a educação pré-escolar?
- Quem criou uma
política de ciência progressiva no país?
Tudo isto e muito mais deve ser perguntado com serenidade e convicção, mas olhos nos olhos, aos eleitores portugueses.
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