Largo do Seminário - Santarém |
Hoje é
Domingo
(Na minha
cidade de Santarém em 21/6/15)
Ando
confuso nos meus sentimentos de sportinguista. Dá-me vontade de hibernar. Não
desejo o sucesso das duas personalidades com quem mais antipatizo no panorama
futebolístico português mas, que hei-de eu fazer se ambas estão no Sporting,
meu Clube de toda uma vida do qual já fui sócio por duas vezes em épocas tão
distantes e separadas como as décadas de sessenta e de dois mil?
Eu
venho do tempo dos cinco violinos, quando era impossível não gostar do
Sporting. Do Jesus Correia, - internacional português nas modalidades de
Futebol e Hóquei em Patins - Vasques, Peiroteu, Travassos e Albano, dos quais
só não me lembro de ver jogar o Peyroteu que terminou a sua carreira em 1949,
numa altura em que a televisão nem sonho era.
Menciono,
dos anais da história do Sporting, uma sua tarde de glória, em 1948, em que se
levantou da cama ainda febril para jogar pela sua equi pa
e marcar quatro golos que lhe permitiram ser Campeão Nacional ganhando a 1ª
Taça “O Século”, troféu verdadeiramente monumental.
A
ligação aos clubes pelos adept os,
sócios e simpatizantes de há 50 anos atrás era, na essência, igual àquela que é
hoje. A mesma paixão, por vezes, a mesma loucura.
O
que hoje é diferente é a dimensão, a repercussão, o impacto do jogo transformado
num grande espectáculo mediático repercutido ao pormenor e à exaustão pela
imprensa e, fundamentalmente, pela televisão que explora escandalosamente a componente
apaixonada exacerbando-a de uma forma perfeitamente doentia.
Antigamente,
era um jogo que acabava quando o árbitro apitava. Saía-se dos campos
conversando ou discutindo sobre resultado e incidentes de arbitragem, que
sempre os houve, e nos jornais desportivos da 2ª Feira - havia então 3 por
semana – tiravam-se dúvidas nos comentários escritos por jornalistas reputados
e entendidos no assunto.
Domingo
seguinte, tudo se repetia...
Entretanto,
durante a semana, nos Cafés e empregos o futebol do Domingo anterior enriquecia
as conversas por vezes acaloradamente.
Enfim...
era um condimento da vida.
Hoje,
é um repasto que nos enche, enjoa e empanturra.
Mas
isto veio a propósito das duas personalidades do meu Sporting a quem sou
perfeitamente alérgico, como já disse.
Uma,
já lá estava do ano passado, o Presidente ao qual se juntou agora o treinador.
Bruno
de Carvalho e Jorge Jesus, são aquele tipo de pessoas que pelo arrazoado dos
seus discursos me põem imediatamente a milhas.
São
convencidos, vaidosos, obsessivos, conflituosos, doentios e enquanto Bruno de
Carvalho descredibiliza e desprestigia o meu clube porque não sabe colocar-se na
posição de Presidente do Sporting Clube de Portugal não o dignificando pelo
comportamento e atitudes, Jorge Jesus, a quem lhe falta o chá e a cartilha numa
medida que não vejo em nenhum outro treinador, procura compensá-lo com soberba
e imodéstia.
Não
me revejo em nenhum deles, antipatizo fortemente com ambos pelo que irei ter um
próximo ano futebolístico muito menos sofrido.
Não
irei ao ponto de dizer que quero a derrota do meu Clube que a tanto não chega a
aversão que sinto por aqueles dois senhores. O que eu digo, é que a tristeza
das derrotas será compensada pela alegria do insucesso de qualquer um deles.
Reconheço
que dizer isto não é bonito mas que culpa tenho eu que eles estejam no meu
Sporting?
Infelizmente,
não é só um problema de estilo, de verniz ou falta dele, que permite que o
Presidente do grande e histórico SCP, ande com um jogador às cavalitas em pleno
relvado do Estádio José Alvalade como se estivesse em sua casa a celebrar o dia
dos anos do filho com ele às costas.
O
que eu censuro, também, em Bruno de Carvalho é a obsessão paranóica de ganhar
que o faz esquecer princípios e valores como demonstrou agora na atitude que
teve para com o seu treinador Marco Silva, 3 ou 4 dias depois de ele lhe ter
dado um Título que o Sporting já não ganhava há 7 anos, a Taça de Portugal.
Como
tinha com ele uma ligação contratual de 4 anos que não lhe permitia admitir
Jorge Jesus, como era seu desejo, levantou-lhe um processo disciplinar por
motivos infantis para o despedir e fazer um novo contrato com novo treinador.
Concordo
que o Presidente do meu Clube procure para ele o que acha ser o melhor
treinador deste mundo e arredores, está no seu papel. Desta forma, nunca!
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