Confronto |
Compare-se um e outro.
- Passos Coelho nunca fez nada de recomendável para ser 1º Ministro. Tirou um curso "inferior", esqueceu-se de pagar impostos, dedicou-se ao tráfico de influências, o seu antigo patrão na Tecnoforma dizia que o "Pedro ele abria as portas todas", e mostrou talento para o corredor e para a intriga.
Foi parar à presidência da maior empresa do país, o Estado, sem qualquer experiência séria de gestão.
Num mundo perfeito, um indivíduo como este, não deveria ter futuro e muito menos como 1º Ministro e, contra António Costa, então, não deveria ter hipótese alguma.
António Costa tem estudos a sério, licenciou-se em Direito e, segundo diz o insuspeito Marcelo Rebelo de Sousa, seu professor, foi um aluno brilhante tendo, de seguida, exercido a actividade de advogado.
Tem "curriculum" no Estado, duas vezes Ministro em pastas diferentes, presidente da Câmara de Lisboa com a maior votação de sempre, e vencedor esmagador de António José Seguro a quem disputou a liderança do partido, não se lhe conhecendo um "rabo de palha" que seja.
Num país perfeito, e ainda por cima com as "macacadas" de Passos Coelho nos últimos anos, especialmente nos primeiros tempos do seu mandato, nem sequer valeria a pena ir a eleições... dava-se já a taça ao Costa.
Mas este país não é perfeito... nem de perto!
Há uma geração enorme da "pesada", de pessoas envelhecidas, no fim das suas vidas, homens que andaram comigo na guerra colonial, oriundos das aldeias, quase analfabetos, com uma experiência de muitos anos de vida na ditadura e que são acossados pela propaganda de Passos com ameaças de nova banca rota e de perderem o pouco que têm e que, naturalmente, ficam confusos com este discurso.
Foi a pessoas deste extracto social que em 1999, Paulo Portas, quis ir buscar votos com a promessa, demagógica, de que lhes daria uma pensão na qualidade de antigos combatentes.
Não sei quantos votos ele teria ganho mas, vias de resto, para não passar completamente por mentiroso, passou a dar-lhes, durante algum tempo, uns tostões por altura do Natal (era uma pensão anual...) com o dinheiro da venda de uns quartéis.
Foi um truque baixíssimo, revelador da desonestidade intelectual desta pessoa que, no "Verão passado", saiu do governo da Coligação depois de uma decisão "irrevogável" comunicada ao país por escrito, e que durou apenas umas semanas...
Regressou para um lugar mais alto na hierarquia do governo com um custo de milhões de euros para o país pois os mercados financeiros, ao tempo, fizeram pagar em juros, a tal brincadeira do irrevogável.
Estes políticos, peritos em truques e malabarismos políticos, são uma ameaça, tirando partido do medo natural do eleitorado mais frágil e dos "sound bites" com que lhes massacram os ouvidos.
Resta-lhes a intuição, o lastro de sabedoria que vem dos tempos do nosso passado histórico, mas que não não é garante nenhum.
Costa, tem contra si o PS, "a família", o passado socrático, os que "batem à porta", que se põem em bicos de pés, que pagam as cotas, os que foram adulados nas estruturas do partido por António José Seguro que os conhecia a todos pelo nome e que, julgava ele, seriam o seu grande suporte.
Eu não recomendaria a família do PS a nenhum líder político porque entendo que as cotas em dia, colar cartazes, agitar bandeirinhas, esperar o chefe em entusiásticas saudações não deve valer "lugarzinhos" em uma qualquer Repartição Pública das muitas por esse país fora.
O país precisa de António Costa da mesma forma que o PS precisa de António Costa, não para o disciplinar porque ele não é um disciplinador, mas há gente que precisa de ser "apagada" no partido e substituída por outra, nova, agressiva, competente e intelectualmente honesta.
Passos Coelho tem a seu favor a sua capacidade de mistificação e insinuação, uma retaguarda pragmática, hábil e competente na manobra e na mentira política.
António Costa tem a seu favor a confiança que inspira, todas as provas já dadas nos lugares e funções porque passou, uma trajectória limpa de vida, pessoal e política, um homem competente e consensual.
Contra si tem o passado socrático, a "banca-rota", e o "despesismo socialista", que já foram julgados e condenados pelos eleitores nas últimas eleições que Passos ganhou, mas que, à falta de melhor, vão continuar a ser utilizados como arma de arremesso.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home