terça-feira, setembro 29, 2015

A Crise dos refugiados

na Alemanha,


a desaceleração da 

economia global,

e a Volkswagen...















Caiu bem no seio da generalidade da população alemã o facto de Merkel ter aberto o seu país aos refugiados sírios mas, o que acontece, é que nem a Alemanha nem o resto dos países europeus estão, política e logisticamente, preparados para o que está para vir.

Ainda não há muitas horas António Guterres, Alto-Comissário para os Refugiados, avisava, à frente das câmaras da televisão, que este não era um problema de milhões mas de milhares de milhões e ninguém melhor do que ele para avaliar a situação.

Ontem mesmo, Merkel, falou em 5 mil milhões.

Em Berlim e Hamburgo a situação da habitação já é tão desesperada que as autoridades estão a preparar legislação para confiscar apartamentos vagos de propriedade privada.

Houve casos, até, em que governos locais terminaram os contratos de arrendamento de inquilinos em habitação social para dar abrigo aos refugiados. Ou seja, estamos a dois passos de reacções xenófobas e o que é verdade é que os índices de aprovação da Chanceler que estavam nos píncaros desceram recentemente.

Outra restrição é a desaceleração da economia global e o seu impacto na zona euro que ainda não é visível mas que pode mudar em breve uma vez que a sua estratégia de recuperação assenta nas exportações. 

A combinação desta desaceleração com a crise dos refugiados vai transformar o excedente orçamental alemão num pequeno défice com o qual apoiaria a economia da zona euro mas os alemães decidiram gastar com os refugiados o que, em princípio, iria para a Grécia.

Aqui, tudo se pode complicar com a avaliação do programa das reformas e se essa avaliação for negativa, a saída deste país da zona euro estará de novo na agenda, confrontados como estão com um Acordo de Resgate em que ninguém acreditava.

O FMI já disse que não irá aceitar outra dilatação do empréstimo do tipo “fingir e prorrogar” mas, provavelmente, isso será o máximo a que a Alemanha esteja disposta a ceder.

Seria quase um milagre que se reunissem, a favor da Grécia, os três factores:

a)    As reformas económicas certas;

b)   Menos austeridade:

c)    Mais alívio da dívida.

Agora, para piorar as coisas, o escândalo da Volkswagen, algo impensável para o grande público em todo o mundo, dado o prestígio da indústria alemã na qual assenta o próprio prestígio da Alemanha, com o escandaloso despedimento do maior responsável da empresa com uma indemnização de 22 milhões de euros. 

Parece que estamos a caminhar para o caos e a imoralidade total. 

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