Estado de Terror
O Estado
Islâmico ataca em força na Europa, não directamente com o seu exército, mas
através de centenas de milhar de pessoas que não aceitaram viver em escravidão
e por isso fogem, atravessando de qualquer maneira e com muitas baixas, o Mar
Mediterrâneo, até chegarem às praias do Sul da Europa e daí partirem ao assalto
de outros países europeus, nomeadamente a Alemanha.
O dilema,
por aqui lo que é dito pelos próprios
refugiados, é que nas suas terras a escolha é entre a escravidão total ou a
morte impiedosa das formas mais cruéis como, por exemplo, lançados dos andares
mais altos dos prédios.
Restou-lhes
vender tudo, a casa, o automóvel, abandonar o trabalho e negociar com esse
dinheiro a viagem para a Europa, alimentando as redes de traficantes das
desgraças alheias.
Mas quem
são estes tipos do estado Islâmico? – Que relação há entre eles e os outros, os
da Al-Qaeda? - O que diferencia estes dois grupos?
O
investigador americano J. M. Berger que esteve em Lisboa para apresentar o seu
livro, “Estado Islâmico: Estado de Terror”, concedeu uma entrevista em que
explica:
- “Após o 11 de Setembro de 2001 o
Afeganistão, a pátria da Al – Qaeda foi invadida e deixou de ser para eles um
local seguro.
Saíram,
espalharam-se por outros sítios, associaram-se a outros grupos noutros locais
do mundo e começaram a mudar, passando a uma espécie de guerrilha já diferente
dos actos isolados característicos da Al-Qaeda, e que lhes permitiu começar a
obter o controle de um vasto espaço territorial com a intenção efectiva de o
dirigir.
Esta é uma
primeira distinção relativamente à Al-Qaeda. A segunda, é a criação de uma
guerra religiosa entre as duas comunidades, xiitas e sunitas, estes caídos em
desgraça depois da morte de Saddam Hussein, e que a Al-Qaeda pretendeu evitar.
Finalmente,
uma terceira diferença, foi a de um nível de violência superior como se viu nos
vídeos das decapitações.
O Estado Islâmico
nasce no Iraque ainda sob a designação de Al-Qaeda, tendo, nas suas fileiras,
elementos do antigo Bass, de Saddam Husseim, que são importantes na estratégia
do grupo, ganhando depois destaque no campo da insurreição contra o ditador
Assad, na Síria, não seguindo os mesmos métodos dos que estavam a ser seguidos
no Iraque.
Eram menos
violentos e estavam dispostos a trabalhar com outros grupos.
Assim, é
natural, que tenham surgido divergências que não estão conciliadas entre estes
dois grupos: o do Iraque e o da Síria, onde lutam entre si.
(continuamos
amanhã)
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