quinta-feira, outubro 08, 2015

Pretencioso e convencido...
Golpe "PRECciano"?














Uma maioria de portugueses votou contra o governo do PAF  e, se a democracia consiste em dar razão às maiorias, o que António Costa deve fazer é ouvir os líderes partidários que, com ele, obtiveram essa maioria de votos.

Isto oferece alguma dúvida? - Aparentemente, não, mas representantes da minoria, como Nuno Melo, provável substituo de Paulo Portas no CDS, que não se sabe quantos votos tem, veio já dizer, em conversa de antecipação, que um governo PS/PCP/Bloco seria um golpe PRECiano, para contrapor aos golpes Palacianos, as forças políticas do PREC de há 40 anos atrás.

Ou seja, um governo com o apoio da maioria dos portugueses expresso em votos nas urnas seria... um golpe!

Na opinião deste distinto político da direita, todos os milhares de pessoas que votaram naqueles dois partidos, 18,5% dos portugueses, em votos 994.757, quase um milhão, deveriam, pura e simplesmente, ser ignorados, como se não contassem...

Não sabemos o que Costa vai fazer. Se viabilizar um governo de Passos/Portas ou assumir a chefia de um governo de esquerda maioritário na Assembleia da República.

Costa está, para já, ele que é um homem de negociações, a falar com as pessoas que ganharam o direito a serem ouvidas e vai continuar a falar para fazer uma avaliação da situação política antes de tomar uma decisão.

Então, por que é que o Sr. Nuno Melo, de um partido que não se atreve a ir sozinho às eleições, se arroga o direito de acusar António Costa de fazer o que é da mais elementar lógica democrática?

Até aqui, tudo bem por parte de António Costa, mas a pergunta que se faz é saber se ele, que perdeu as eleições e não tem a totalidade do seu partido na mão, havendo camaradas seus, alguns de peso e seus amigos, como Vera Jardim, que defende diálogo com a Coligação, tem alguma hipótese de formar um governo de esquerda quando o centro da gravidade política está onde está.

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