Ele bem avisou... |
O Presidente
Cavaco
O Memórias Futuras caricaturizou ontem a
situação que se vive no país com a audição de Cavaco Silva à família dos
Simpsons, no âmbito do conjunto de conversas que vem tendo para indigitar
António Costa, líder do 2º partido mais votado com apoio maioritário na
Assembleia da República, fruto de um Acordo de Entendimento com o PCP e o BE e
com um programa de governo já pronto.
Este Presidente é um homem visceralmente de
direita, embora oriundo de uma classe social modesta. Nada a dizer... outros,
das chamadas “boas famílias”, são visceralmente de esquerda e, noutros casos, ainda,
vai cada um para seu lado. Veja-se o caso dos irmãos Portas, o Paulo e o
Miguel.
A vida é assim mesmo, um ninho de surpresas,
contraditórias e enriquecedoras a partir do qual se tem construído o trajecto
da sociedade humana.
O Presidente da República Portuguesa dispõe
de um Órgão, chamado Conselho de Estado, constituído por personalidades
relevantes da nossa sociedade, tanto do sector político como do cultural, que
serve precisamente para o aconselhar ou, no mínimo, para ele ouvir quando o
entender.
Não o entendeu desta vez. No seu lugar,
chamou para ouvir aqueles que, podíamos denominar “os suspeitos do costume”,
que pensam como ele, que partilham das mesmas coordenadas teóricas.
Tudo gente para quem a política se faz de
finanças, às vezes, também de economia e o resto é paisagem.
Ele poderia, perfeitamente, aproveitar esta
ocasião em que, no fundo, não tinha alternativa, para ouvir outras cabeças,
outros tipos de raciocínio, de perspectivas, que incluísse outras
problemáticas históricas, sociais, culturais e até de cariz filosófico.
Mas não, para Cavaco, estes, são como se não
existissem, e ao fim de todos estes anos em que este homem foi um erro de
“casting” para os portugueses, já não era de esperar outra coisa.
Personalidade polémica e controversa, muito
marcada ideologicamente, vai acabar o seu mandato e a sua vida política activa,
como ontem ouvi com muita piada, todo “torcido”, por ter que indigitar como 1º
ministro o líder de um partido socialista que na história recente de Portugal foi o que mais importantes contributos deu para a democracia e para a
integração europeia mas... que tem o apoio do Partido Comunista e do Bloco de Esquerda,
autentico pecado mortal para a fé católica tradicional que Prof. de Finanças
comunga.
Para tentar salvar a sua honra naquele que
vai ser o seu papel na história do país,
fez todas as exigências, até as disparatadas, a António Costa antes de o
indigitar, para que fique bem salvaguardada a sua posição contrária e que nada
mais podia fazer para inviabilizar um desfecho, para o qual, qualquer coisa que
venha a correr mal, não foi ele o culpado. Ele bem avisou...
Como sempre, Cavaco fica de fora como se
fosse um personagem estranho a todo o processo político português... e não foi!
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