Lá está ele, pequenino, como pertence aos pins. |
O Pinpatriotismo
Poucas coisas são mais humilhantes para um país
da Europa do que ter um 1º Ministro piroso, que esconde a piroseira atrás de um
porte “dandy” mas que usa na lapela do casaco esse símbolo máximo da piroseira
nacional que é um “pin” representando a bandeira de Portugal.
Faz-me lembrar os adept os
de futebol que quando se deslocam aos estádios ver a equi pa
de todos nós pintam a cara com as cores da bandeira para provarem que ali,
naquele espaço desportivo, ninguém ama mais a sua pátria do que eles.
Mesmo assim, é bem mais simples e higiénico
colocar o pin na banda do casaco...
Passos Coelho saiu do governo, já não
representa o país mas não tirou o pin da lapela o que significa que ele é mesmo
patriota a sério. Aquele distintivo não tinha nada a ver com as funções que
exercia, não fora o facto de o ter lá colocado só quando foi para o governo...
Ficamos, pois, sem saber se o poder exacerba o
patriotismo ou a piroseira.
Mas, ao fim e ao cabo, o que é que se associa a um governante piroso para além do pin na lapela?
- Em
primeiro lugar, porque salta mais à vista, um ar autoritário, decidido,
insensível, nas “tintas” para o povo desde que sejam velhotes, reformados,
funcionários públicos e pobres.
O piroso sente-se reconfortado quando os atinge,
é uma espécie de vingança porque, e ele sabe-o, nada pode fazer quanto à sua
tendência para com a piroseira.
Na mesma linha, e em termos políticos, conduziu
o estado social a uma situação de penúria, procurando soluções assistenciais
que, recordam-se os mais velhos, além de pirosa é cínica.
Vendem as “jóias da coroa” do país por
obrigação e por devoção, para agradar aos ricos, há quem lhe chame capital, que
é coisa a quem os pirosos também gostam muito de agradar.
Como qualquer piroso, foi incompetente.
Arrastou o BANIF um ano inteiro por não ser capaz de resolvê-lo,
desentendendo-se com Bruxelas num processo de reestruturação que andou, qual
bola de ping-pong, de um lado para o outro durante meses até o depositar, para
sua surpresa, no colo de António Costa.
Com ele, teria sido liqui dado
agora no princípio do ano com todo o odioso da perda de centenas de postos de
trabalho, a passar para as instâncias europeias, sem que ele tivesse sido capaz
de acertar numa daquelas várias vezes, ouvi dizer que foram oito, em que o
processo de reestruturação andou de Bruxelas para Lisboa.
Passos Coelho continua a passear o pin nos
palcos e corredores do poder, na qualidade de rei destronado pelas regras
inqualificáveis de uma democracia que não lhe fez justiça, a ele, que até usa
um pin na lapela do casaco, por cima do coração.
Mas ele é magnânimo e o seu patriotismo está
acima de todas as vicissitudes da pobre democracia, e usando o seu
incomensurável crédito político junto dos poderosos europeus, pede-lhes que
sejam complacentes, que ajudem o seu país na pessoa do seu adversário político
que sem escrúpulos lhe usurpou o poder numa jogada maldosa, um autêntico e
inesperado passe de mágica.
Mas ele regressará, o pin não sairá da lapela e
a imagem da Nossa Senhora, apertada fervorosamente na sua mão esquerda, durante a
campanha eleitoral, que ganhou, não o abandonará.
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