terça-feira, dezembro 29, 2015

Lá está ele, pequenino, como pertence aos pins.
Pinpatriotismo




















Poucas coisas são mais humilhantes para um país da Europa do que ter um 1º Ministro piroso, que esconde a piroseira atrás de um porte “dandy” mas que usa na lapela do casaco esse símbolo máximo da piroseira nacional que é um “pin” representando a bandeira de Portugal.

Faz-me lembrar os adeptos de futebol que quando se deslocam aos estádios ver a equipa de todos nós pintam a cara com as cores da bandeira para provarem que ali, naquele espaço desportivo, ninguém ama mais a sua pátria do que eles.

Mesmo assim, é bem mais simples e higiénico colocar o pin na banda do casaco...

Passos Coelho saiu do governo, já não representa o país mas não tirou o pin da lapela o que significa que ele é mesmo patriota a sério. Aquele distintivo não tinha nada a ver com as funções que exercia, não fora o facto de o ter lá colocado só quando foi para o governo...

Ficamos, pois, sem saber se o poder exacerba o patriotismo ou a piroseira.

Mas, ao fim e ao cabo, o que é que se associa a um governante piroso para além do pin na lapela?

 - Em primeiro lugar, porque salta mais à vista, um ar autoritário, decidido, insensível, nas “tintas” para o povo desde que sejam velhotes, reformados, funcionários públicos e pobres.

O piroso sente-se reconfortado quando os atinge, é uma espécie de vingança porque, e ele sabe-o, nada pode fazer quanto à sua tendência para com a piroseira.

Na mesma linha, e em termos políticos, conduziu o estado social a uma situação de penúria, procurando soluções assistenciais que, recordam-se os mais velhos, além de pirosa é cínica.

Vendem as “jóias da coroa” do país por obrigação e por devoção, para agradar aos ricos, há quem lhe chame capital, que é coisa a quem os pirosos também gostam muito de agradar.

Como qualquer piroso, foi incompetente. Arrastou o BANIF um ano inteiro por não ser capaz de resolvê-lo, desentendendo-se com Bruxelas num processo de reestruturação que andou, qual bola de ping-pong, de um lado para o outro durante meses até o depositar, para sua surpresa, no colo de António Costa.

Com ele, teria sido liquidado agora no princípio do ano com todo o odioso da perda de centenas de postos de trabalho, a passar para as instâncias europeias, sem que ele tivesse sido capaz de acertar numa daquelas várias vezes, ouvi dizer que foram oito, em que o processo de reestruturação andou de Bruxelas para Lisboa.

Passos Coelho continua a passear o pin nos palcos e corredores do poder, na qualidade de rei destronado pelas regras inqualificáveis de uma democracia que não lhe fez justiça, a ele, que até usa um pin na lapela do casaco, por cima do coração.

Mas ele é magnânimo e o seu patriotismo está acima de todas as vicissitudes da pobre democracia, e usando o seu incomensurável crédito político junto dos poderosos europeus, pede-lhes que sejam complacentes, que ajudem o seu país na pessoa do seu adversário político que sem escrúpulos lhe usurpou o poder numa jogada maldosa, um autêntico e inesperado passe de mágica.

Mas ele regressará, o pin não sairá da lapela e a imagem da Nossa Senhora, apertada fervorosamente na sua mão esquerda, durante a campanha eleitoral, que ganhou, não o abandonará.

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