Terra de liberdade! |
Dizem
que o voto dos franceses na primeira volta das eleições regionais é um voto de
protesto ou seja, é o voto que lhes vai no coração, e o coração deles está cheio
de medo por mais que digam “Je Suis Paris” ou façam desfiles de afirmação da
sua coragem.
Ontem,
entrevistaram alguns passantes na rua que se manifestaram surpresos com a
vitória da Le Pen como que a dizer perante as câmaras que não tinham nada a ver
com esse voto.
Mas
o que é facto é que um terço dos eleitores puseram o seu Boletim na senhora
loira filha de um político de tal forma pouco recomendável que a própria filha
o renegou mas, diga ela o que disser, foi feita à imagem e semelhança do pai
que lhe abriu o caminho para o poder pela via do neo-fascismo.
A
França da “liberte”; “Igalité”; “Fraternité” corre o risco de vir a ser
liderada por uma xenófoba o que constitui uma autêntica aberração e vergomha
para os franceses.
Que
eles temam pelas suas vidas depois do que aconteceu é humano. O medo é um
sentimento básico que nos trouxe até aqui .
Sem
ele, há muito que tínhamos sido varridos de entre as espécies sobreviventes,
precocemente, “diríamos” agora todos já depois de falecidos...
Mas
o medo agarrou-nos à vida. Não passámos a nossa existência a ser felizes
brincando na água como os golfinhos mas, em contrapartida, iremos para o espaço
enquanto eles ficarão agarrados ao planeta.
Os
franceses revelaram medo nestas eleições o que, em si, é bom, o pânico, esse, é
mau. Não se apaga o fogo deitando-lhe gasolina para cima.
É o
risco de ter medo. Em vez de dar para pensar dá para fazer asneira porque o
homem, sendo um ser inteligente é também de impulsos, reacções instintivas,
como as antigas manadas de mamutes que perseguidos pelos humanos entravam em
pânico e corriam a deitarem-se abaixo do precipício o que, para além de ser um
erro fatal, era um desperdício para os caçadores.
A
Srª Le Pen é gasolina em cima do fogo e o seu cabelo louro lembra a cor das
labaredas: a reforma aos 60 anos, aumento do salário mínimo em 200 euros, e de
um golpe só tirar a França da união monetária acabando com o euro, seria mais
que gasolina, era pólvora.
Os
franceses vão ter no próximo dia 13 uma segunda oportunidade e nós ficaremos a
perceber que a via neo-fascista não é solução para nada nos dias de hoje com
uma europa em construção todos os dias.
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Medo, sim, pânico, não! – Já protestaram, agora votem!
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