perde a liberdade...
O lugar de Presidente da República não é como qualquer outro. Na qualidade do mais alto magistrado da Nação, esta, apossa-se deles.
Vem-me à memória Françoise Holland, na sua “escapadela”
para se encontrar com a namorada, disfarçado de motard, ou Barack Obama, que à saída
dos portões da Casa Branca o guarda proibiu-o de passar.
Parece um paradoxo mas é assim: mandam mais nos
outros e menos neles próprios...
Marcelo, percebe-se, é daquelas pessoas que gostava da
liberdade que tinha e usava-a para desfrutar o prazer da vida na qual, verdadeiramente, nunca deixou de ser estudante, com pastas debaixo do braço e
surtidas à praia para rezar o Terço enquanto nadava.
Vivendo no seio da sociedade portuguesa, com as suas
visitas dominicais às casas de cada um de nós, mais do que no seio da sua própria
família, residente no Brasil, a sua mobilidade não é apenas um estilo de vida, é uma necessidade.
O seu treino de convivência é imenso, a relação com os alunos e o
meio estudantil, conferiu-lhe um enorme à vontade.
Aluno brilhante, professor brilhante, político
brilhante – a forma como “passou o pé” ao medíocre Passos Coelho que lhe chamou
“catavento” – Marcelo só não terá tido mais votos porque uma boa parte dos
abstencionistas entendeu que não era necessário ir lá.
Agora, vai sofrer no espartilho do lugar de Presidente
da República que vai ocupar, e ontem isso ficou bem expresso na sua cara de “conformado
sofrido” ao admitir aos jornalistas que, daqui
para a frente, a sua vida ia ficar mesmo condicionada.
Da parte dos cidadãos a curiosidade acentua-se:
- Como irá ser
Marcelo, Presidente?
Depois de Cavaco, que se portou como um penedo de
previsibilidade, o professor Marcelo, que tão agradavelmente nos presenteou com
os seus monólogos, ao longo de 15 anos, como será agora, em diálogo, com os
poderes que o vão cercar, aqui
dentro e lá fora?... De certo, bem mais difícil, mas faculdades não lhe
faltam.
No entanto, será esse o seu jeito?...
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