Porta antiga da cidade de Santarém |
Hoje é Domingo
(Na minha cidade de Santarém em 17/1/15)
Considero que o governo de António Costa com o apoio
dos partidos de esquerda no Parlamento foi um mal menor entre a continuação de um
governo do PAF – Passos Coelho/Paulo Portas – e a solução que mais conviria ao
país depois daqueles desgraçados quatro anos, e que seria um governo maioritário do
PS com o seu próprio programa.
Este deveria ter sido o desfecho político que o país
merecia em 4 de Outubro, mas a inabilidade de António Costa e do PS na campanha
eleitoral e a habilidade de Passos Coelho e seus “muchachos” com a ajuda de
especialistas brasileiros do markting político, ditaram a vitória da direita.
A democracia é assim: está ao sabor de técnicas de
manipulação da decisão das pessoas porque não existe uma lógica rigorosa nestas
coisas da política onde os factores se podem inverter e as “maldades” passarem
a “bondades”.
Passos descarregou todo o odioso da sua política de mais de quatro anos na
pessoa, não no seu adversário, António Costa, mas em Sócrates, que estava ali
mesmo a jeito com a sua “bancarrota” pronta a ser servida aos portugueses como
a desculpa óbvia para todos os sacrifícios impostos à população e até os desrespeitos,
ameaças e ofensas aos portugueses do princípio da governação, foram esquecidos
como também o foi um ministro das Finanças que fracassou rotundamente com as suas
medidas, escreveu uma carta e foi-se embora para Bruxelas, onde o tinham ido
buscar.
A vitória da PAF foi uma surpresa quando, três meses
antes, as sondagens apresentavam o PS e a António Costa como vencedores
absolutos.
A reviravolta do resultado das eleições que “não foi
bem lido” pelos vencedores que, igualmente, não levaram na devida linha de
conta as afirmações em campanha de António Costa, conduziram a este governo, o
tal, que considero um mal menor à continuação do governo do PAF.
Até que ponto António Costa vai conseguir gerir este
difícil equi líbrio entre as exigências
de carácter social, justas, sem dúvida, do PCP e Bloco, seus partidos de
suporte na Assembleia, mas eventualmente comprometedoras, face aos condicionalismos
financeiros de Bruxelas e aos caprichos de investidores e credores, é o desafio
que se coloca ao corajoso líder dos socialistas, para mim, o maior que qualquer
outro político português teve de correr.
Abriu um novo caminho à vida política nacional
trazendo para a área do poder forças políticas que desde o 25 de Abril de
1974 apenas tinham sido de protesto e isto, em si mesmo, foi uma enorme conqui sta democrática para o país.
A eleição de um novo Presidente da República, seja ele
qual for, dos três realisticamente possíveis, irá ser-lhe favorável, mas as
cartas estão jogadas e os partidos de esquerda chamados a intervir nas decisões
políticas, estão a escrever o seu futuro e não se podem queixar de não
terem como interlocutor o melhor político português de momento.
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