Eram sete, as portas da antiga cidade. Resta apenas esta. |
Hoje é
Domingo
(Na minhas cidade de Santarém em 7/1/16)
É-se crente por uma questão de
dogmatismo, ou seja, acredita-se sem evidências, sem apoio racional ou científico.
A adesão às crenças já foi muito maior. Tempos
houve em que os ateus eram poucos e era preciso coragem para se dar a conhecer como tal.
A norma, quase generalizada, era a
crença em Deus e nas religiões da qual se esperava, também, a libertação para
além da morte.
Depois, à medida que a modernidade, com
o desenvolvimento científico foi explicando o desconhecido, o recurso a Deus
foi caindo por desnecessário.
A crença começou a ser fortemente
atingida por quantos, fazendo uso da inteligência, do raciocínio e de uma certa
coragem para romper com tradições profundamente arreigadas, passaram a exigir
evidências científicas para acreditarem, num deus ou fosse no que fosse.
Foi assim, num processo lento,
natural, em que o pensamento lógico e racional foi ganhando espaço e se tornou,
cada vez para mais pessoas, a única atitude admissível.
O universo, de que somos feitos,
impõe-nos uma posição de ambiciosa humildade usando as armas do nosso próprio cérebro
para o compreender, e não refugiando-nos em Deus que é uma forma de nos colocarmos
fora e acima dele.
Para tal, é preciso apenas afirmar que, se não compreendo, não acredito, torna-se
necessário averiguar mais.... É esta a base de toda a ciência
Mas os “profissionais” da crença, os
defensores das religiões, os que aceitam o dogmatismo como ponto de partida
para o seu pensamento, acusam agora os ateus, os que negam a existência de Deus
porque se recusam a aceitar o dogma, o acredito "porque sim", de estarem também a ser
dogmáticos... é o que diz o Sr Padre e filósofo Anselmo Borges.
Ou seja, não aceitar o dogma só é possível
por outro dogma o que dá lugar a um frente a frente de dogmas...
Acrescenta o Sr. Padre: “é-se religioso
por uma necessidade emocional e acreditamos em Deus”... - nos santos, nos
milagres e por aí fora porque nunca se sabe até onde nos leva a crença, como a
realidade nos mostra – “porque os nossos sentimentos assim nos exigem.”
Dentro da lógica do Sr. Padre, que também é filósofo, é igualmente, por emoções que somos ateus com a
desvantagem de que, neste caso, não nos sobra a esperança e o sentido que
resultam da crença.
“Não faz sentido viver sem sentido e então,
confiamo-nos a Deus pela fé e tudo parece mais razoável, com luz, com sentido,
sentido final, precisamente em Deus, o Deus oculto e salvador”.
O Sr. Padre Anselmo precisa de emoções
para viver, para lhe darem sentido da vida, porque, em definitivo, não gosta o suficiente da
vida, da natureza, do universo, do todo em que está integrado e de que faz
parte.
Ao contrário, eu que não sou crente,
admiro a vida em toda a sua complexidade, admiro o ser humano com todas as suas
contradições e... ponto final.
Sou humilde, estou aqui de passagem e sinto-me muito honrado por ter
tido esta oportunidade o que é, no fundo, uma atitude emocional.
Eu e o Sr. Padre somos ambos emocionais,
cada um à sua maneira...
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