Ganhou cabelos brancos e ensinamentos sobre o poder... |
Obama vai-se embora...
Reconheço que estou profundamente
influenciado pela cultura e valores da sociedade americana, para o Bem e para o
Mal. Reajo demasiado, desfavorável ou favoravelmente, quando devia ser mais
como simples observador.
Participo emocionalmente em assuntos que
não me dizem directamente respeito, mas é compreensível:
-
Era ainda criança quando os americanos entraram na guerra ao lado daqueles que,
aqui na Europa, defendiam a
liberdade.
Que melhor começo poderia haver?...
- Depois, foram os filmes de cow-boys da
minha juventude e aqueles actores que ficaram gravados para sempre na minha
memória, como Gary Cooper, com a sua figura e personalidade ímpares, por quem
Grace Kelly se apaixonou antes de se casar com o príncipe de Mónaco. Isto, numa
fase da minha vida muito antes de saber que, afinal, os índios é que eram os
bons...
- Mas havia também filmes dos cow-boys
que nada tinham a ver com índios. Eram os justiceiros, rápidos no gatilho, que
lutavam contra os bandidos, defendendo e vingando os fracos e indefesos.
Lembram-se dos Sete Magníficos que,
juntamente com o Bom, o Mau e o Vilão, constituem a parelha de filmes que eu
levaria para uma ilha deserta porque, para além de tudo, me fazem recordar o
que eu senti, grudado à cadeira do cinema, quando, em jovem, os vi pela primeira
vez.
Não levava o Casablanca porque esse, o
sei todo de cor...
- Depois, foram as coisas más... a
guerra do Vietname e os assassínio dos irmãos Kennedy e de Martin Lutter King que
me fizeram jurar que nunca visitaria um país onde se matam homens daqueles!
São assim, os EU: uma sociedade do
melhor e do pior, que se ama ou detesta...
Participei na eleição de Barack Obama, em 2006, emotivamente, é claro, porque tudo isto se passa no plano das emoções.
Rejubilei com a sua vitória e senti uma
alegria comparada com a da Revolução dos Cravos, que era uma coisa só nossa,
enquanto Obama já tinha a ver com a humanidade dada a importância dos EUA.
Obama é o melhor orador que eu já tive o
prazer de ouvir na minha vida. A sua mensagem tem a força e o condão de me
emocionar e os seus discursos, por ocasião da tomada de poder como Presidente,
foram momentos altos da política no mundo, do melhor que se terá ouvido.
Vai-se embora em Novembro e, nos
próximos e dilatados tempos, não se verá outro com a sua dimensão intelectual e
de oratória.
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