sexta-feira, abril 08, 2016

Joâo Soares, Ex-Ministro da Cultura

Umas salutares bofetadas...






















Nos tempos quentes do pós-25 de Abril, na Madeira, depois de ouvir o já líder do Governo Regional declarar, referindo-se ao Conselho da Revolução, que «os militares efeminaram-se», Carlos Lacerda, Coronel, Comandante do Regimento de Cavalaria do Funchal, vestiu-se a rigor, pediu uma audiência e de imediato deu-lhe um par de bofetadas que lhe devem ter sabido muito bem...

É assim, as bofetadas dão-se, não se prometem. João Soares que prometeu duas bofetadas ao cronista Polido Valente e a Augusto Seabra, comentador político, por se sentir atingido pessoalmente pelas críticas, ficou-se pelas palavras ou seja: por nada!

Ainda por cima, palavras velhas e gastas como a Sé de Braga, que já não despertam nenhum tipo de curiosidade, vindas logo de um político perfeitamente previsível neste género de atitudes, na linha de quem foi “filho da mamã”...

Se é para nos ficarmos por palavras, e parece que sim porque João Soares já avisou que é um homem pacífico, como de resto já sabíamos, então que seja criativo e inovador como Carlos Azeredo, então Coronel, hoje General, que disse a João Jardim:

 - «Eu falo e o senhor abana as orelhas. Fiz-me entender? Caso contrário dou-lhe uns coices para entender»

Também não passou das ameaças mas, pelo menos, teve piada o nosso coronel, que, por coerência, até era da arma de Cavalaria.

João Soares, Ministro da Cultura, pertence a uma família com tradições. O seu avô, João Lopes Soares, foi professor, político, pedagogo, deputado e ministro das Colónias durante a 1ª República, pai de Mário Soares, o mais influente político da democracia, mas está, no entanto, ultrapassado nas reacções.

Ficou na época do Camilo, Ortigão, Antero e Eça de Queiroz, a que pertenceu o seu avô, quando havia apreciadores de um belo duelo que, quando as coisas corriam bem, acabavam por um cavalheiresco aperto de mão.

Agora não, vão para o Facebook, esse “pátio de intrigas e más línguas” e de rato na mão, substituem o click à espada e vão desferindo insultos, calúnias, ameaças... desculpem, quero dizer estocadas.

Quem está na política e ainda por cima com responsabilidades governativas tem de perceber que está sujeito a críticas e apreciações nem sempre agradáveis.

É a vida... como dizia o Guterres e a minha neta Filipa quando tinha 3 anos e partiu um frasco de perfume.

Mas quem conhece a personalidade de João Soares não se admira... o que é de admirar é que António Costa o tenha incluído no seu governo com a pasta da Cultura, aparentemente inofensiva, depois da oposição interna que aquele lhe moveu e até de “bocas” desagradáveis quando, interpelado, aos microfones da TV, mandou Costa “ir chefiar a Câmara de Lisboa” e deixar-se de mais altos voos de liderança do partido.

Agora, o que eles disseram para merecerem as bofetadas:

- «Passados meses não afirmou uma linha de acção política, tão só um estilo de compadrio, prepotência e grosseria... Que um governante se rodei de pessoas de sua confiança é óbvio. Mas no caso do gabinete de Soares trata-se de uma confraria de socialistas e de maçons» - Augusto Seabra, crítico de Cultura.

 - «Como o Dr. João Soares muito bem sabe, não tenho por ele qualquer respeito, nem como homem, nem como político» - Vasco Pulido Valente, Colunista.

Depois do “ ralhete” do 1º Ministro, e como era de esperar, João Soares, hoje, demitiu-se...

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