terça-feira, maio 17, 2016

Barrigas de Aluguer
De novo...














Já aqui falámos das barrigas de aluguer que foram autorizadas pelos deputados na nossa Assembleia da República, contra a esperada oposição do Sr. Cardeal Patriarca de Lisboa porque a doutrina da igreja católica, em termos de nascer e morrer, não aceita qualquer intervenção. São situações que pertencem a Deus, ao mundo natural das coisas...

Pessoalmente, manifestei-me a favor pensando naquele caso concreto de duas irmãs em que uma nasceu sem útero e a outra se ofereceu para criar o embrião dentro da sua barriga. Ficava tudo entre mãe e tia.

Este desfecho, que deixa as duas irmãs felizes e passou, agora, a ser autorizado pela lei pode, contudo, estar na origem de outros problemas que dão lugar a situações desagradáveis.

Pedro Tadeu, jornalista, no seu artigo de opinião no DN, menciona algumas:

 - Suponhamos que o bebé em gestação apresenta defeitos hereditários, de má formação, e a mãe, a dona do óvulo, pretende interromper a gravidez para impedir o nascimento da criança dentro, ainda, dos prazos legais para o fazer,  mas a mulher que cedeu a sua barriga não autoriza o aborto?

- E se a barriga de aluguer pertencer à irmã, ou seja à tia do bebé e, mais tarde, com base nesta relação de grau de parentesco muito forte, exige também direitos parentais?

 - E quem pode fiscalizar, de forma eficaz, que as barrigas de aluguer não se transformam num negócio embora proibido por lei?

Mais uma vez, a dificuldade está nos pormenores, nos detalhes, porque sem eles tudo está bem... o que obriga a lei a prever e a legislar sobre todas as situações imprevistas mas que podem acontecer.

Pedro Tadeu remata o seu artigo com um desabafo:

- “Para resolvermos o sofrimento de uns criamos condições para provocar o sofrimento em outros! – Ora merda...


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