Praia do Vau, a das minhas férias. |
Depois das
Férias
Férias
Regressamos à rotina destes encontros
matinais com o meu jornal, a minha torrada e o meu cafézinho.
Para mim o dia deve começar assim.
Refugiei-me atrás de rotinas que me garantem a normalidade das “coisas”,
especialmente num dia em que o meu país vai ser confrontado num desafio de
futebol, com Gales, para o qual lhe é dada, pelos entendidos, uma ligeira
vantagem.
Eu acho, não, tenho a certeza, que toda a
Comunicação Social, em especial a televisão, faz um uso abusivo do futebol,
chegando mesmo a um autêntico processo de intoxicação emocional das suas vítimas,
todos os que vêm televisão e gostam daquele desporto.
Neste aspecto, desde o Campeonato do
Mundo de 1966, em Inglaterra, que todos os portugueses viveram intensamente, sem
nunca terem esquecido as lágrimas de Eusébio no fim do jogo e da derrota
desafortunada com a Inglaterra, não mais o fenómeno do futebol deixou de ser
explorado pela Televisão, tendo atingido o seu pico em 2004, quando o Campeonato
Europeu teve lugar em Portugal.
Trata-se de um “produto” de venda
garantida que permite que um Canal de televisão se pegue à Selecção Nacional
como uma autêntica carraça, durante horas e horas e seguidas, explorando como
notícias as cenas mais triviais que levaram o Cristiano Ronaldo a agarrar no
microfone que teimosamente lhe punham à frente da cara e a deitá-lo para o
fundo de um lago por onde iam a passar.
- Como eu o compreendi!...
Futebol à parte, temos todos vindo a
digerir aquela parva decisão dos ingleses de “saírem” da Europa como se isso
fosse possível...
Aquele povo é um inveterado e incansável
negociador, jeito que lhe veio do seu vasto e prolongado Império, que lhe
permitiu ganhar um sentimento de algum ascendente relativamente aos outros
povos, reforçado pelo isolacionismo da sua condição de ilhéus, mas esta decisão
numa época de globalização não faz, realmente, sentido.
Foi um mau negócio para todos, para a Inglaterra
e os seus parceiros, pelo menos no imediato e curto prazo. No médio e
longo, outras consequências se farão sentir que com o tempo logo se virão a
conhecer.
É evidente que os entendimentos vão
continuar a fazer-se, ainda que repensados e deslocados, porque os homens do
dinheiro não desistem de lucrar e a imaginação deles não pára para descansar.
Internamente, aguardamos que Bruxelas
nos aplique sanções, como sempre se faz quando se está perante os fracos e
pobrezinhos. Parece que infringimos as regras quando o nosso Deficit Orçamental
em 2015 ultrapassou em 0,2% o que estava superiormente estabelecido.
A falta de solidariedade entre os países
europeus, nomeadamente, os do norte, mais ricos, contra os do sul, mais pobres,
representa uma obsessão em tratar igual o que é desigual, o que se traduz numa
forma de injustiça que, mais cedo ou mais tarde, irá ser fatal para o projecto
europeu
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